Um bloco de gelo maior que a ilha de Mallorca se desprendeu do continente antártico, no mar de Weddell, gerando o maior iceberg do mundo, informou a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).
O A-76 se separou da plataforma de gelo Filchner-Ronne e supera em extensão todos os outros que atualmente flutuam pelas águas oceânicas. O maior até a formação deste era o A-23A, que também se encontra no mar de Weddell e ocupa 3.380 quilômetros quadrados.
A denominação dos icebergs se compõe a partir do quadrante antártico em que são avistados originalmente, seguido de uma letra sequencial. Se posteriormente a massa de gelo se rompe, cada fração acrescenta outra letra sequencial ao seu nome.
O British Antarctic Survey foi a instituição que detectou a enorme massa de gelo nas imagens enviadas pelo Copérnico, uma informação que foi também confirmada pelo Centro Nacional do Gelo (NIC, na sigla em inglês) dos EUA, em Maryland.
O surgimento de icebergs a partir da plataforma antártica Filchner-Ronne e outras é um fenômeno natural, mas a frequência e a dimensão atuais levam os cientistas do NIC a crerem que se trata de um efeito do aquecimento global.
Ted Scambos, glaciologista da Universidade do Colorado, considera prematura esta vinculação entre a mudança climática e a formação do iceberg. A plataforma de gelo Filchner-Ronne, assim como a Ross, são enormes camadas de gelo flutuantes que se conectam ao continente antártico. “No passado se comportavam de uma maneira estável, quase periódica. O gelo já estava flutuando no mar, por isso não vai alterar o nível do oceano”, afirmou o especialista à Reuters.