Sem segurança e comida, mais de cem refugiados do campo de Calais (França), que estão tentando ingressar no Reino Unido, iniciaram uma greve de fome e marcharam em direção ao centro da cidade com banners e cartazes pedindo liberdade e um “lar seguro”, na quinta-feira (03/09). O campo de refugiados improvisado na cidade francesa, ponto de entrada do túnel que desemboca na Inglaterra, leva o nome de "Selva" e abriga cerca de 5.000 pessoas. “Nós não comemos desde ontem porque queremos que as pessoas entendam essa situação”, disse ao jornal The Guardian um sudanês identificado como Mohammed, 30, um dos grevistas.
Na Grécia, mais de 13.000 refugiados que conseguiram atravessar o mar Egeu e encontram-se na ilha de Lesbos, onde dependem de ajuda humanitária para permanecer. Lá, aguardam para fazer a travessia até Atenas. Nesta sexta (04/09), foram impedidos de embarcar, levando a um protesto que gerou conflito com a polícia. Bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral foram lançadas para dispersar a multidão.
Na Hungria, os refugiados também protestaram contra as más condições dos campos e o tratamento dado pelo governo húngaro: iniciaram, na quinta (03/09), uma caminhada de quase 250km em direção à Áustria, destino original de muitos deles, mas ao qual foram impedidos de chegar pela polícia impedindo os embarques.
Nos arredores da capital, Budapeste, os trens que vão em direção à Áustria estão sendo parados, numa tentativa do premiê húngaro Viktor Orban de impedir a chegada de mais refugiados no país. Na tarde de quinta, um trem foi parado com aproximadamente 500 passageiros, que se recusaram a sair e ir aos campos de refugiados. De acordo com dados do Al Jazeera, estão lá há 24 horas e gritam por água e comida enquanto seguram cartazes dizendo não aos campos de refugiados, não à Hungria e pedindo que o trem siga sua viagem.