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Espanha tem protestos após morte de jovem gay de origem brasileira

Jul 14, 2021

Por DW Brasil                                                                   

 

Milhares de pessoas saíram às ruas de grandes cidades espanholas na noite desta segunda-feira (05/07) para manifestar sua indignação pela morte de um homem no final de semana na região da Galícia, no que os manifestantes e familiares da vítima afirmam ser um ataque homofóbico.

Na madrugada de sábado, o auxiliar de enfermagem Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, foi espancado nas proximidades de uma casa noturna em Corunha, cidade no norte da Espanha. Samuel nasceu no Brasil e chegou à Espanha quando tinha 1 ano.

Ao jornal espanhol El Mundo, amigos da vítima disseram que os suspeitos começaram a atacar Luiz, que estava em uma videochamada com um amigo, por acharem que ele estava tentando filmá-los. Os agressores teriam ainda usado palavras depreciativas para homossexuais.

Samuel Luiz não resistiu aos ferimentos e morreu mais tarde no hospital.

Protestos em todo o país
O acontecimento provocou comoção não só em Corunha, cenário do crime, como também em Barcelona, Madri e Valência, onde foram convocadas manifestações por ativistas LGBTQ.

Em Madri, milhares de manifestantes se reuniram na Puerta del Sol e exibiram cartazes e faixas contra a homofobia. Em Barcelona, ativistas também marcharam por uma rua importante entoando slogans e agitando cartazes e bandeiras com as cores do arco-íris.

O chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que a Espanha não vai tolerar um crime como esse. "Espero que a investigação da polícia em breve encontre os autores do assassinato de Samuel e esclareça os fatos", escreveu Sánchez numa rede social. "Foi um ato selvagem e cruel."

Polícia ainda investiga
A polícia está revendo imagens de câmeras de vigilância e interrogando suspeitos e testemunhas que estavam do lado de fora da casa noturna no momento do crime, disse o delegado do governo na região noroeste da Galícia.

"Estamos nos estágios iniciais, e apenas a investigação vai nos dizer se foi um crime homofóbico ou não", disse o delegado José Minones, acrescentando que nenhuma prisão foi feita até agora e pedindo prudência na descrição dos acontecimentos.

Dados do Ministério do Interior da Espanha mostram que, no ano de 2019, foram registrados 278 crimes de ódio relacionados à orientação sexual ou identidade de gênero na Espanha, um aumento de 8,6% em relação ao ano anterior. Mas segundo a Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia, apenas uma pequena fração dos crimes de ódio são denunciados à polícia.

 

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