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México implica militares no desaparecimento de 43 estudantes

Ago 20, 2022

Por DW                                                                                                                             

Militares mexicanos têm responsabilidade no desaparecimento de 43 estudantes de Ayotzinapa em 2014, segundo relatório de uma comissão governamental divulgado nesta quinta-feira (18/09).

"As ações, omissões ou participação [de militares] permitiram o desaparecimento e a execução dos estudantes, assim como o assassinato de outras seis pessoas", afirmou Alejandro Encinas, subsecretário do Interior e chefe da Comissão da Verdade de Ayotzinapa, ao apresentar o relatório em um ato público.

Encinas acrescentou que não foi comprovada "uma ação de caráter institucional, mas sim responsabilidades claras de integrantes" das secretarias de Defesa e da Marinha destacados para a área dos acontecimentos. Ele não especificou se os agentes ainda continuam na ativa.

Por isso, o chefe da comissão enfatizou que é preciso continuar investigando qual foi o grau de participação do Exército e da Marinha do México no que ele descreveu, repetidamente, como um "crime de Estado".

Não há indícios de sobreviventes

Conforme declarações de Encinas ao jornal mexicano Milenio, não há indícios de sobreviventes entre os 43 desaparecidos, e todas as evidências apontam que eles foram assassinados.

Em 29 de março deste ano, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciou que membros da Marinha estavam sob investigação por supostamente terem adulterado provas durante as primeiras investigações, mais especificamente em um depósito de lixo onde foram encontrados restos humanos, incluindo os dos três estudantes identificados até o momento.

"A instrução era investigar os chefes da Marinha que participaram dessa operação, e todos já prestaram depoimentos ao Ministério Público", disse Obrador, que criou a comissão para dar novo impulso às investigações.

Capturados por policiais

O desaparecimento dos 43 estudantes ocorreu entre a noite de 26 e a madrugada de 27 de setembro de 2014, quando o grupo estava a caminho da cidade de Iguala – que assim como Ayotzinapa fica no estado de Guerrero, no sul do país. Lá pretendiam pegar um ônibus rumo à Cidade do México para participar de protestos contra as más condições da educação no país.

O caso, que gerou forte comoção internacional, é considerado uma das piores violações de direitos humanos da história do México, que tem cerca de 100 mil pessoas desaparecidas.

De acordo com as investigações, os jovens foram capturados por policiais locais em conluio com integrantes do cartel de drogas Guerreros Unidos, que são suspeitos de assassiná-los e incinerar seus corpos. O caso ficou conhecido como massacre de Iguala.

gb/lf (AFP, ots)

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