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Um dos jornais mais antigos do mundo deixará de ser impresso

Abr 28, 2023

Por DW Brasil                                                                                                                                             

 

Foto: Helmut Fohringer/APA/picturedesk/picture alliance

A edição impressa do jornal austríaco Wiener Zeitung, fundado em 1703, deixará de existir, após uma decisão tomada pelo Parlamento da Áustria em votação nesta quinta-feira (27/04). 

A publicação – que com seus 320 anos de história afirma ser o jornal diário mais antigo do mundo ainda em circulação – reportou de tudo, desde artigos sobre um jovem Mozart até a abdicação efetiva do último imperador dos Habsburgos, além das duas Guerras Mundiais.

Fundado com o nome de Wiennerisches Diarium e rebatizado em 1780, o Wiener Zeitung pertence ao Estado austríaco desde 1857. Embora seja conhecido por sua qualidade jornalística e seus pontos de vista politicamente independentes, ele atua também como diário oficial e publica informações sobre empresas austríacas.

Nesta quinta-feira, o Parlamento austríaco aprovou uma nova lei que não exige mais que tais anúncios sejam publicados na edição impressa do jornal, cortando assim sua principal fonte de financiamento.

"Não é papel da república administrar e financiar um jornal diário", dissera em 2021 o então chanceler federal da Áustria, Sebastian Kurz, quando as mudanças vieram à tona pela primeira vez.

"Fim por lei"

Em um artigo publicado no dia da votação, intitulado "Fim por lei", o Wiener Zeitung disse que a nova decisão tem potencial de destruir sua capacidade de produzir jornalismo.

O jornal manterá seu portal de notícias na internet, com a possibilidade de publicações mensais em papel "dependendo das verbas disponíveis".

Funcionários e leitores realizaram vários protestos do lado de fora do Parlamento em Viena para expressar oposição ao fim da edição impressa.

"Ninguém sabe qual será o futuro da publicação e se ela fará um jornalismo rigoroso", lamenta Mathias Ziegler, vice-editor-chefe do jornal.

Quase metade de seus 200 funcionários, 40 deles jornalistas, pode ser demitida com o fim da versão impressa, estimam sindicatos.

ek (DW, AFP, DPA)

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