O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou atrás na tarde desta quarta-feira (21/10), a respeito da polêmica declaração em que afirma que Hitler não queria exterminar judeus inicialmente e que o Holocausto foi sugestão palestina.
"É absurdo. Nunca tive a intenção de absolver Hitler de sua responsabilidade de exterminar o povo judeu na Europa. Hitler é o responsável da Solução Final. Ele tomou a decisão", ressaltou Netanyahu a jornalistas, pouco antes de partir para a Alemanha em visita oficial.
No entanto, o premiê insistiu que o líder palestino Haj Amin al-Husseini, grão-mufti de Jerusalém, "incitou" ao extermínio - em encontro com Hitler em novembro de 1941 - e, portanto, "seria absurdo virar a cara" a esse fato, acrescentou Netanyahu.
A polêmica declaração sobre a culpabilidade dos palestinos no Holocausto foi dada durante o 37º Congresso Sionista Mundial em Jerusalém, em meio a uma onda de crescente violência entre israelenses e palestinos na Cisjordânia, em Gaza e em Israel, que já deixaram mais de 54 mortos, dos quais, 46 são palestinos.
Na ocasião, o líder israelense afirmou que Hitler queria apenas expulsar os judeus, não exterminá-los, mas o grão-mufti teria dito que apenas expulsá-los não seria suficiente, pois os judeus iriam invadir a Palestina.
Essa versão do encontro de 1941 é refutada pela maioria dos historiadores e pesquisadores do Holocausto respeitados na academia, que questionam se esse diálogo entre Hitler e Husseini de fato existiu.
Por sua vez, o secretário-geral da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Saeb Erekat, afirmou que as declarações de Netanyahu são "moralmente indefensáveis e incendiárias".
"Netanyahu odeia tanto os palestinos que está disposto a absolver Hitler do assassinato de seis milhões de judeus", disse Erekat, acrescentando que o premiê "deveria deixar de usar esta tragédia humana para ganhar pontos para seus objetivos políticos".