Mark Ruffalo e Billie Eilish. Foto: Getty Images via The Wrap
A cantora Billie Eilish e seu irmão Finneas, os atores Mark Ruffalo e Ramy Youssef, a atriz Quannah Chasinghorse e a roteirista Ava DuVernay estão entre as celebridades que usaram um broche vermelho na cerimônia do Oscar na noite do último domingo (10). O acessório foi batizado de “broche do cessar-fogo”, e foi exibido em apoio ao povo palestino que sofre com a guerra de Israel em Gaza.
O ator Ramy Youssef, que interpretou o cientista Max Candle em “Pobres Criaturas”, explicou à reportagem de Variety o teor do protesto. “Estamos pedindo cessar-fogo permanentemente e imediatamente em Gaza. Queremos paz e justiça para o povo palestino. Acho que é uma mensagem universal, vamos parar de matar crianças. Não queremos fazer parte dessa guerra. Isso tem apoio de muitos artistas que estão usando suas vozes, muitos vestem esse broche nesta noite.”
O ator Mark Ruffalo foi filmado erguendo o pulso em apoio ao povo palestino e afirmando que a “humanidade” precisa “vencer”. Mais de 30 mil palestinos já morreram desde que o governo de Benjamin Netanyahu decidiu bombardear Gaza indiscriminadamente, alegando que está se defendendo do ataque desferido ao sul de Israel pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.
O diretor Jonathan Glazer, do filme “Zona de Interesse”, que levou a estatueta de Melhor Filme Internacional, também fez um discurso contra a guerra em Gaza.
“Nosso filme mostra ao que a desumanização pode levar. Ela molda todo o passado e o presente. Estamos aqui como homens que refutam que sua ascendência judia e o holocausto sejam sequestrados por uma ocupação que levou conflito para tantas pessoas inocentes, sejam elas vítimas do 7 de outubro ou as vítimas do ataque incessante em Gaza. Todas são vítimas da desumanização.”
No final, o diretor dedicou o prêmio à memória de Aleksandra Bystron Kolodziejczyk, a jovem que inspirou o filme Zona de Interesse. Aleksandra participou da resistência à segunda guerra mundial. Ainda criança, ela colhia frutas e remédios para prisioneiros de campos de concentração criados pelos nazistas.
In memoriam
Ainda na esteira das manifestações políticas no Oscar, a homenagem “in memoriam” da cerimônia foi cedida a Alexei Navalny, o ativista russo e opositor a Vladimir Puntin, que morreu na prisão em fevereiro passado. “Se eles decidirem me matar, é porque somos incrivelmente fortes”, disse Alexei em um vídeo exibido no palco do Oscar. O vídeo termina com a frase: “A única coisa necessária para o triunfo do mal é que as pessoas boas não façam nada."