Marina discursa na COP29 (Foto: Ana Rosa Alves/MMA)
Em discurso na Conferência do Clima da ONU (COP29), em Baku (Azerbaijão), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, diz que, a exemplo do que se estabeleceu como meta para limitar a elevação das temperaturas do planeta em 1,5° Celsius, deve-se colocar US$ 1,3 trilhão por ano como “estrela-guia” do financiamento climático.
“Para financiamento, como discutido no G20 e como aponta o Grupo de Alto Nível em Finanças Climáticas, trilhões são necessários, por mais que alguns também o considerem desafiador”, disse a ministra.
Ela denominou a COP29 como o evento do financiamento e da NCQG (Nova Meta Quantificada Coletiva sobre Financiamento Climático, em português), que pavimentará o caminho coletivo em ambição e implementação na COP30, que será realizada em Belém (PA).
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“O objetivo do 1,5ºC é imperativo ético inarredável. Ele reflete o que a ciência diz ser necessário por mais que alguns o considerem desafiador. Assim como 1,5ºC foi a estrela-guia para Dubai, temos que colocar US$ 1,3 trilhão por ano também como nossa estrela-guia aqui em Baku”, defendeu.
A ministra destacou que o Brasil apresentou uma nova meta climática alinhada a esse objetivo, que prevê uma redução de 59% a 67% nas emissões de gases de efeito estufa até 2035.
“O Brasil apresentou sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, em inglês), altamente ambiciosa. Uma meta que nós consideramos estar inteiramente alinhada com 1,5ºC. Estamos completamente comprometidos com essa NDC, trabalhando arduamente para implementá-la”, afirmou.
Metas
Dessa forma, Marina também cobrou das demais nações o mesmo compromisso. “Precisamos que todos apresentem NDCs ambiciosas. Porém, precisamos que haja um alinhamento equivalente em meios de implementação e financiamento, um alinhamento entre substância e finanças. Esta é a COP dos meios de implementação e do financiamento”, reforçou.
Para ela, assim como existe um processo para medir se as metas para 1,5ºC estão sendo cumpridas, é preciso outro para medir se o financiamento está à altura do desafio.
“Nos textos apresentados até o momento, tivemos avanços na área de adaptação, no artigo 6. Esperamos também alcançar avanços em relação à sinergia entre as três COPs, de desertificação, de biodiversidade e clima. Nossa maior obrigação neste momento é, entretanto, avançar em relação ao financiamento”, cobrou.