O governo da China expressou seu apoio na sexta-feira (26/09) ao pedido da Palestina para ingressar no BRICS, o bloco do Sul Global que promove o multilateralismo, a cooperação e o intercâmbio econômico mutuamente benéfico entre Estados soberanos. Durante uma coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, enfatizou que seu país acolhe “com satisfação” a integração de novos parceiros que compartilham os mesmos princípios do agrupamento.
“A plataforma é amplamente reconhecida pelos países do Sul Global. Damos as boas-vindas a mais parceiros com ideias semelhantes para se juntarem à cooperação do BRICS e trabalharem conjuntamente por uma ordem internacional mais justa e equitativa”, afirmou o representante asiático.
Guo também reiterou que o BRICS se consolidou como um espaço necessário para a coordenação entre mercados emergentes e países em desenvolvimento, além de se tornar um motor para a multipolaridade e a democratização das relações internacionais.
Na mesma sexta-feira, o embaixador palestino em Moscou, Abdel Hafiz Nofal, confirmou que o pedido de adesão palestino foi formalmente apresentado. Entretanto, apontou que devido a certas limitações, como o status atual da Palestina que ainda não é oficialmente reconhecida como um Estado, a sua participação poderia começar como de país observador “até que as circunstâncias permitam uma adesão plena como membro”.
A agência de notícias estatal russa TASS e relatórios das Nações Unidas (ONU) corroboram que a Palestina tem buscado ativamente parcerias globais para superar desafios econômicos e políticos, incluindo o bloqueio em Gaza e a ocupação de Israel.
O grupo BRICS foi fundado em 2006 e originalmente era composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2024, a aliança se expandiu com a adesão de Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. Com a expansão, hoje, o bloco representa quase metade da população mundial, mais de 40% da produção de petróleo bruto e cerca de um quarto do comércio internacional.
Além disso, graças ao mecanismo BRICS+, países sujeitos a sanções unilaterais, como a Rússia, China e Irã, fortaleceram seus laços em cooperação comercial, econômica, de segurança e estratégica.