O presidente da Bolívia, Evo Morales, declarou nesta quarta-feira (24/02) que perdeu “uma batalha, mas não a guerra”, se referindo ao resultado do referendo que propunha o direito do presidente concorrer à segunda reeleição. Em pronunciamento à imprensa em La Paz, Morales também agradeceu aos movimentos sociais que o apoiaram na campanha pelo “sim”.
“Exceto neste referendo, em tudo derrotamos [a oposição], todas as batalhas. Agora perdemos uma batalha, mas não a guerra”, disse o mandatário. A vitória do “não” foi confirmada na noite desta terça-feira (23/02) pelo Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia, com 51,3%. Há 10 anos na presidência, Morales tentava poder concorrer a um quarto mandato nas eleições de 2019. O primeiro mandato não entra na conta por ser anterior à atual Constituição boliviana, em vigor desde 2009.
Segundo Morales, o governo irá se reunir nesta tarde com representantes de movimentos sociais para analisar o cenário político após o referendo, realizado no último domingo (21/02).
Morales, que sofreu a primeira derrota eleitoral em uma década, afirmou que os resultados “são parte da democracia”. Segundo ele, caso o “sim” tivesse saído vencedor, a oposição teria feito acusações de fraude.
O presidente boliviano disse que o resultado “não acabará com a vida de Evo” e que a imprensa, a quem acusou de fazer campanha contrária a ele durante a campanha do referendo, “faz o papel de um partido político”.