As Forças Aéreas da Turquia bombardearam nesta segunda-feira (14/03) várias posições do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) no norte do Iraque, horas após a explosão de um carro-bomba em Ancara deixar pelo menos 36 mortos no domingo (13/03), informou o Exército turco.
Um grupo de 11 aviões atacou 18 posições da guerrilha curda, incluindo depósitos de munição, refúgios e bunkers, nas primeiras horas da manhã de hoje nas regiões de Kandil e Gara, segundo informou o exército turco em comunicado. O PKK, considerado ilegal na Turquia, confirmou os ataques das forças turcas.
O governo turco também iniciou uma operação no sudeste do país, impondo toque de recolher em cidades de maioria curda como Yuksekova, Nusaybin e Sirnak.
Os bombardeios aconteceram poucas horas depois de um carro-bomba explodir nos arredores de uma estação de ônibus no centro de Ancara. Pelo menos 36 pessoas morreram e mais de 120 ficaram feridas. Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque até agora, mas autoridades turcas afirmam que uma das suspeitas mortas no atentado era uma mulher membro do PKK.
O partido de esquerda pró-curdo HDP (Partido Democrático do Povo) divulgou um comunicado em que condena o ataque e “compartilha a dor de nossos cidadãos”. Setores anticurdos na Turquia, inclusive o governo do presidente, Recep Tayyip Erdogan, acusam o HDP de ser o braço político do PKK e de não se pronunciar contra a violência de militantes curdos.
Esse é o terceiro grande atentado ocorrido em Ancara nos últimos seis meses. Em outubro de 2015, um duplo ataque suicida matou mais de cem pessoas, e o governo a princípio culpou o PKK e depois declarou ter sido perpetrado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI). Outro atentado, desta vez contra um comboio militar, deixou 30 mortos em fevereiro; o governo a princípio culpou a milícia curda YPG e o PKK, mas o atentado foi logo reivindicado pelo grupo curdo TAK (Falcões da Liberdade do Curdistão).