O governo dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira (01/07) dados sobre os ataques com drones do país ao redor do mundo, o aspecto mais criticado das operações militares dos EUA sob a Presidência de Barack Obama. Segundo a Casa Branca, entre 64 e 116 civis foram mortos em 473 ataques de drones dos EUA em Paquistão, Iêmen, Somália e Líbia – estimativa muito menor do que a de organizações da sociedade civil que monitoram os ataques.
A estimativa exclui ataques aéreos em Iraque, Síria e Afeganistão, já que estes são considerados zonas de guerra, informou o escritório do Diretor Nacional de Inteligência dos EUA, James Clapper.
Essa é a primeira vez que os EUA publicam informações sobre as vítimas de seu programa confidencial de ataques seletivos contra suspeitos de terrorismo através de aviões não tripulados, que começou em 2002, por iniciativa do então presidente George W. Bush, e que se intensificou durante o mandato de Obama.
Somente em abril desse ano, Obama reconheceu que as operações de drones dos EUA contra supostos terroristas matam também civis. “Não há dúvidas de que civis foram mortos e isso não deveria ter acontecido. Em situações de guerra, temos que nos responsabilizar quando não estamos agindo de forma apropriada”, disse o presidente norte-americano na ocasião.
Os dados divulgados hoje indicam que houve 473 operações "fora de áreas com hostilidades ativas" entre 20 de janeiro de 2009, quando Obama assumiu o poder, e 31 de dezembro de 2015.
Esses ataques provocaram entre 2.372 e 2.581 mortes de "combatentes", pessoas consideradas pelo governo dos EUA como ativas em organizações terroristas, e entre 64 e 116 mortes de "não combatentes", definidos pela inteligência norte-americana como "indivíduos que não podem ser alvo de ataques sob a lei internacional".