O primeiro-ministro britânico David Cameron anunciou nesta segunda-feira (11/07) que vai antecipar sua renúncia ao cargo – prevista somente para setembro – para esta quarta (13/07). Assim, ele abre caminho para que Theresa May, até agora sua ministra do Interior, assuma o posto.
May se tornou a provável líder do Partido Conservador após a desistência da secretária de Estado de Energia e Mudança Climática, Andrea Leadsom, em disputar a liderança. Como a agremiação tem maioria no Parlamento, o líder do partido acaba se tornando o primeiro-ministro do país.
Cameron renunciou à liderança do partido (e ao posto de primeiro-ministro) em 24 de junho, um dia após o plebiscito em que a população britânica decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia, no processo que ficou conhecido como “Brexit”.
A primeira mulher a assumir o cargo de premiê foi Margaret Thatcher, também do Partido Conservador, que liderou a região entre 1979 e 1990.
Como foi a renúncia
Após a desistência de Leadsom, Cameron convocou a imprensa e fez um pronunciamento em frente à sede do governo, o número 10 de Downing Street, em Londres.
“Nós não vamos ter uma campanha prolongada para a eleição da liderança. (...) Obviamente, com essas mudanças, nós não precisamos ter um tempo de transição prolongado. Então, amanhã [terça-feira] irei comandar minha última reunião de gabinete. Na quarta, vou participar [da sessão] da Câmara dos Comuns para o questionamento ao primeiro-ministro. Logo depois, espero ir ao Palácio [de Buckingham, onde mora a rainha Elizabeth II] e oferecer minha renúncia, então teremos uma nova primeira-ministra naquele prédio [apontando para Downing Street 10] atrás de mim na noite de quarta-feira”, afirmou.
O líder dos Liberais Democratas, Tim Farron, pediu eleições antecipadas. "Apenas 13 meses após a última eleição os Conservadores jogaram o Reino Unido no caos. É simplesmente inconcebível que Theresa May deva ser coroada primeira-ministra sem ao menos ter ganhado uma eleição no seu próprio partido, ou mesmo no país. Deve haver uma eleição [geral]", afirmou, em nota.