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Marta terá Temer e Cunha no palanque ?

Set 13, 2016

Por Altamiro Borges, no Viomundo                                                                            

 

A senadora Marta Suplicy, que militou no PT por 33 anos e teve o apoio da sigla para galgar vários cargos públicos, pretendia aproveitar o sentimento antipetista disseminado pela mídia para alavancar a sua campanha à prefeitura de São Paulo neste ano.

Mas os crescentes protestos contra o “golpe dos corruptos” e pelo “Fora Temer”, que agitam a capital paulista quase todos os dias, podem atrapalhar o seu plano eleitoreiro e oportunista.

A nova correligionária de Michel Temer e Eduardo Cunha — dois ícones do falso moralismo — até tenta disfarçar o incomodo.

Mas tudo indica que seus marqueteiros, com base em pesquisas qualitativas, já perceberam o peso das péssimas companhias.

Em entrevista à Folha na última quarta-feira (7), ela fez um baita esforço para minimizar os efeitos das manifestações contra o governo golpista.

“A senadora Marta Suplicy, que disputa a prefeitura de São Paulo pelo PMDB, partido do presidente Michel Temer, disse que os protestos contra o novo governo não afetam a sua campanha. Segundo ela, os eleitores de hoje não ligam para partido e até desconhecem sua atual filiação… ‘Se você perguntar a qualquer pessoa aqui de qual partido que eu sou, elas talvez nem saibam. Elas falam: ‘A gente não quer mais partido, está desacorçoada’. Elas só acrescentam que não querem o PT, isso em todas as regiões da cidade’, disse”.

Marta Suplicy até deu uma dica para as campanhas dos adversários.

Basta informar aos eleitores que ela hoje pertence ao partido de Judas Michel Temer, do correntista suíço Eduardo Cunha e de outros famosos mafiosos — como Romero Jucá e Henrique Alves, os dois ministros já defenestrados do covil golpista.

Basta lembrar que o seu vice, Andrea Matarazzo — “o vereador das abotoaduras de ouro” –, é cupincha do tucano José Serra e migrou para a sigla do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).

E é bom enfatizar que a senadora renegou sua história, vestindo o modelito de vestal da ética, para se unir aos chefões do “golpe dos corruptos” que abortou a jovem democracia brasileira.

A guinada direitista da ex-petista

Marta Suplicy se desfiliou do PT em maio de 2015 com um discurso cheio de ódio e rancor contra o governo Dilma — do qual foi ministra da Cultura.

Após namorar várias siglas, ela ingressou no PMDB em setembro do ano passado diretamente pelas mãos do usurpador Michel Temer — segundo revelou na ocasião o jornal O Globo.

No evento festivo da sua filiação, o correntista suíço Eduardo Cunha foi uma das principais estrelas.

Na maior caradura, ladeada por famosos bandidos, ela teve a coragem de discursar contra “os corruptos do PT”.

Para coroar a sua guinada direitista, Marta Suplicy até tentou participar das marchas golpistas na Avenida Paulista, mas foi expulsa pelos fanáticos mais exaltados.

Os “midiotas” sequer acompanharam a cobertura amplamente favorável à conversão da ex-petista.

Na Folha tucana, ela ganhou um coluna semanal, que virou palanque para sua campanha à prefeitura. Os artigos escancararam a traição ao seu passado.

Num deles, publicado em novembro passado, Marta Suplicy defendeu eufórica o programa golpista do PMDB, o “Ponte para o futuro” — já apelidado de pinguela para o inferno.

Para ela, o plano visa “preservar a economia brasileira” e “incentivar a livre iniciativa”.

Nenhuma palavra sobre as propostas neoliberais das reformas previdenciária e trabalhista ou sobre o corte nos gastos sociais. Tudo pelo “deus-mercado”. E danem-se os trabalhadores!

Quando o processo do impeachment foi deflagrado na “sessão de horrores” da Câmara Federal, ela brigou para ser a presidente da comissão no Senado.

Seu objetivo era garantir os holofotes da mídia, segundo matéria postada na insuspeita Época: “A projeção dada pelo colegiado certamente a ajudaria na campanha”.

Seu pedido, porém, foi negado pelo PMDB. Em várias ocasiões, Marta Suplicy fez questão de explicitar a sua conversão golpista.

“Impeachment não é golpe”, afirmava com insistência à imprensa ávida pelas rancorosas entrevistas da ex-petista.

Na sessão do Senado que consolidou o “golpe dos corruptos”, ela fez questão de entregar flores à demoníaca advogada Janaína Paschoal.

Marta Suplicy é hoje uma figura alinhada com as forças conservadoras de São Paulo.

Ela gosta de repetir que “sou anti-PT”.

Como confessa, ela ainda não é identificada como aliada do Judas Michel Temer e do correntista suíço Eduardo Cunha, entre outros mafiosos do PMDB.

Caberá à campanha ajudar ao eleitor, principalmente da periferia, a perceber no que a senadora se transformou, jogando a sua história no lixo.

Hoje ela é candidata da “pinguela para o passado” e do “golpe dos corruptos”.

Ela gera desconfiança nos fanáticos da elite paulistana, que a enxotaram da Avenida Paulista, e pode também ser rejeitada pelas camadas populares que não toleram traíras!

 

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