O show de Deltan Dallagnol na denúncia contra Lula teve como ápices uma confissão e uma apresentação em power point que resumem a tibieza dos argumentos.
Com um discurso recheado de chavões vazios, copiados de colunistas de direita, absolutamente político, o líder da força tarefa da Lava Jato, que apresenta em igrejas evangélicas suas soluções para a corrupção, falou que Lula é “o grande general que determinou a realização e a continuidade da prática dos crimes”.
É também o “comandante máximo do esquema de corrupção identificado no petrolão”. Fazendo uma conta de chegada o esquema na Petrobras movimentou 6,2 bilhões de reais em propinas.
Lula estava, diz ele, “no topo da pirâmide do poder”.
A fim de aparecer para as câmeras e, quem sabe, ganhar uma palavra dicionarizada como “petralha”, tudo era parte de “um quadro muito maior chamado “propinocracia”.
O ex-presidente “escolhia os nomes para os altos cargos do governo” e “é o verdadeiro maestro desta orquestra criminosa”.
No diagrama vagabundo que faria corar o gerente de marketing das Casas Tamakavy, várias bolinhas com setas apontavam para um círculo com o nome de Lula. Eram preenchidas com juízos de valor e expressões idiotas como “reação de Lula” (!?).
O powerpoint rendeu uma série de paródias muito boas e muito mais reveladoras do que o original. Depois de seu solo de guitarra, com ampla cobertura da Globo News e seus colunistas em êxtase, ele finalmente foi ao que interessa quando respondeu a um jornalista na coletiva: “Não temos como provar. Mas temos convicção”.
Espera um pouco.
Transformaram o Brasil no Paraguai. O golpe chega a seu real objetivo. A derrubada de Dilma era um pit stop. Trata-se de tirar Lula da disputa de 2018. E aí vale tudo.