O senador Zezé Perrella se entregou.
Lula, em seu pronunciamento, fez um contraponto entre as acusações dos procuradores contra ele e o infame caso do helicoca.
Contra ele, Lula, conforme admitiram os procuradores, não havia provas, mas convicção — uma das maiores estupidezes jamais proferidas no âmbito da (in) justiça brasileira em todos os tempos.
Lula lembrou que no caso do helicóptero havia provas, mas não convicção.
O helicóptero pertencia ao senador Zezé Perrella, amigo do peito de Aécio. Eram vésperas das eleições presidenciais, e a imprensa ignorou o caso para não prejudicar Aécio, dada a fama deste de playboy de vida não exatamente regrada.
Também a PF não fez nada para elucidar a história.
De concreto, o helicóptero pertencia a Zezé Perrella e dentro dele havia uma carga de 450 quilos de casa de cocaína, uma quantidade digna de Pablo Escobar.
Lula, oportunamente, fez o paralelo, sem citar Perrella.
No Twitter, Perrella mordeu a isca. Ameaçou processar Lula e alguns internautas que entraram na conversa.Falou como se fosse o papa Francisco.
Mas um momento: não era dele o helicóptero? A pasta de cocaína não estava ali?
É a sociedade que deve satisfações a Perrella ou o inverso?
Perrella mostrou viver num universo paralelo.
Apenas para lembrar, recentemente ele inaugurou a temporada de chantagem a Temer ao dizer, numa entrevista à BBC, que era precária a vantagem do número de senadores que tinham votado pela admissibilidade do impeachment.
Uns poucos que se bandeassem, disse ele, e Dilma retornaria. Temer começou a agir freneticamente. Arrumou, por exemplo, uma sinecura para o filho de Perrella.
E é este varão da República que tem o desplante de simular indignação porque o helicoca voltou à cena com Lula.
Sua indignação é tão crível quanto a de Eduardo Cunha quando fala das contas suíças.
Um e outro são grandes exemplos de como o dinheiro comprou o pior Congresso que este pobre país poderia ter.