Lindbergh escapou de ser assassinado ontem por um fanático de direita.
Nunca, nas hostilidades contra pessoas do PT, o agressor mostrou tamanho ódio e tanto ímpeto destruidor.
Um novo degrau foi escalado.
Tivesse o ofensor uma arma, e estaríamos enterrrando hoje Lindbergh.
Ele parecia um cão doido, com todo o respeito pelos animais. Insultava, insultava, insultava. Ficou absolutamente indiferente a algo que poderia refreá-lo: o celular com o qual Lindbergh gravou o atentado.
Parecia se orgulhar da própria selvageria. Tirou a camisa como se estivesse possuído.
Não bastasse a própria fúria, recebeu o incentivo delirante da mulher, vestida de preto e formando com ele um par perfeito.
Ela parecia bêbada, hipótese que ganha força pela circunstância de o incidente ter se dado na noite, na saída de um restaurante.
Foi assustador.
Qual a origem de tamanha raiva? Esta questão é fácil. O radical foi bombardeado estes anos todos com um noticiário segundo o qual o PT é a essência do mal.
Vive no Rio, base da Globo. É o típico brasileiro de classe média exposto ao Jornal Nacional, à Globonews, à CBN, ao Globo: às múltiplas mídias dos Marinhos.
Virou um perfeito idiota, um analfabeto político, um homem-bomba.
Um entre tantos criados pelo jornalismo de guerra da imprensa brasileira.
Ontem um enorme sinal amarelo se acendeu para a sociedade.
Por muito pouco Lindbergh escapou de ser morto pelo crime de pertencer ao PT.