Quando alguém descobre a roda, desconfie.
Passaram pelo Supremo Tribunal dezenas de ministros, desde que foi promulgada a Constituição de 88.
Muitos, oriundos do período militar, outros indicados por governos distantes de qualquer “esquerdismo”, como os de Sarney, Collor e Fernando Henrique.
Durante todo este período, não se tem notícia de que a Justiça fosse rápida e que suas excelências não se preocupassem com isso.
Portanto, os atuais ministros não podem reclamar que se ache que o jabuti da prisão antes de esgotados os recursos judiciais tenha sido colocado em cima da árvore com destino certo de cair na cabeça de alguém.
Alguém chamado Lula.
Podem fazer mil teses e justificativas, só não podem responder a uma pergunta: se é assim tão seguro para o princípio constitucional da inocência, porque seus antecessores não o fizeram?
Aliás, na prática, o princípio da presunção da inocência foi substituído pelo princípio da “cognição sumária”.
Não tenho provas, mas tenho a convicção, encane-se.
Dias, semanas, meses, até que o indigitado chame urubu de meu louro e diga que a própria mãe ganhava propina para deixar ele comer mais biscoitos que o irmão.
A figura de advogado de porta de xadrez era conhecida e nem um pouco elogiosa.
Agora temos juízes e ministros de porta de xadrez, carcereiros.
O retrato que lhes faz o genial Aroeira, em sua charge pode ser cruel, mas é merecido.
Como não se pode desprezar o sentido do comentário feito hoje pelo Luís Nassif sobre as razões do comportamento e procuradores e ministros, de que alguns deles fazem o que for preciso para livrarem-se da “mácula” de ter sido indicados para os lugares onde estão por “aquela gentalha”.
Tornaram-se mais que “gilmares envergonhados”, “joaquins enrustidos”.
São o que nenhum juiz pode ser: homens e mulheres com ódio em seus corações, mentes e gestos.