Ninguém duvide que a revelação de um processo de grilagem de terras – e que terras, 2 mil hectares! – por Eliseu Padilha seja apenas o “aperitivo” de uma série de denúncias contra o avariado braço direito de Michel Temer.
Padilha é investigado em pelo menos dois processos que correm no Supremo Tribunal Federal em segredo de Justiça e que implicaram na quebra de seu sigilo telefônico e fiscal.
Temer, o senhor dos exércitos mercenários do Legislativo é um chefe sem forças próprias, que depende dos que sabem onde e como mercadejar apoio e construir maiorias.
O que o legitima perante as elites está expresso na frase grotesca de Fernando Henrique: “é o que tem”.
Por enquanto.
Depois da baixa gravíssima com a perda de Geddel Vieira Lima, todos viram, Eliseu Padilha recolheu-se à penumbra, sob a alegação de uma crise de hipertensão que, aliás, tem toda a razão de ser.
Agora, depois da matéria do Estadão sobre o seu “espigão eólico”, mais razões ainda tem para submergir.
Está mais do que evidente que Temer está sem as muletas em que se apoiava nos contatos fisiológicos no Legislativo, tarefa que ele não pode assumir pessoalmente e para a qual não presta o terceiro cortesão, o que lhe sobrou, Moreira Franco.
Mais umas duas vitórias como a que teve ontem, como diria o rei Pirro do Épiro, depois de uma batalha com os romanos, Temer estará completamente arruinado.
Quanto mais depressa entregar o que dele se quer – a degola dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários – mais rapidamente será defenestrado.
A definição de Antônio Carlos Magalhães é, reconheça-se, perfeita: é um mordomo de filme de terror, cuja função é servir aos convivas os despojos do Brasil e de seu povo.