Raras vezes, se é que alguma, o Brasil foi regido como agora por homens tão sem noção de decência pública.
É simplesmente humilhante para a sociedade.
Fomos obrigados a tolerar, primeiro, Eduardo Cunha, com o gangsterismo despudorado com o qual ele armou o golpe contra Dilma na presidência da Câmara.
Logo em seguida veio Temer, o homem das 43 citações na primeira delação da Odebrecht.
E o pior é que continuamos a viver como se isto fosse normal: sermos governados por pessoas claramente em conflito com a lei e os bons costumes.
Pense.
Em que outro país civilizado Temer teria resistido a acusações tão pesadas?
E antes dele, Eduardo Cunha?
Claro que a retribuição vem — com dinheiro público.
Temer aumentou em 900% as verbas publicitárias destinadas às revistas.
Qual a lógica disso, investir num meio em completa decadência? A resposta só pode ser uma: favorecer os amigos. (Especialmente os da IstoÉ, sua favorita, aquela que lhe deu o título de Homem do Ano.)
Retribuir com dinheiro público. É indecente.
Todos lembram. A cada migalha — eram migalhas, nem mais e nem menos — que o governo Dilma investia na mídia digital progresista, era um escândalo.
Em seu republicanismo suicida, a administração das verbas publicitárias foi mais um dos erros que o PT cometeu.
Temer está pagando para ser adulado. O PT pagou para apanhar.
Não é justo.
Mas quem disse que a vida é justa?