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Teorias conspiratórias sobre morte de Teori são frágeis

Jan 23, 2017

Por Bepe Damasco                                                               

 

 

Claro que a Aeronáutica e a Polícia Federal têm a obrigação de investigar com o maior rigor e celeridade as circunstâncias do acidente aéreo que tirou a vida do ministro Teori Zavascki. Mas, desde já, adianto que faço parte da ínfima minoria que não crê em sabotagem e assassinato.

Embora a única pesquisa disponível sobre o acidente de Paraty seja do instituto Paraná Pesquisas, o mesmo que no segundo turno da eleição presidencial de 2014 deu Aécio eleito por larga diferença, pode-se perceber nos botecos, na padaria, no metrô e nos comentários ouvidos diante das bancas de jornais que o povo já concluiu que Teori foi vítima de um crime. 

Pelo Paraná Pesquisas, nada menos que 83% das pessoas consultadas acham que o relator dos processos da Lava Jato no STF foi morto para que  não venham à tona os nomes dos políticos delatados recentemente, especialmente pela Odebrecht.

Em um país no qual os políticos têm péssima imagem e são vistos como um bando de inescrupulosos, capazes de tudo para assegurar sua impunidade, o resultado não surpreende, principalmente porque o levantamento foi feito em plena comoção causada pela tragédia.

À luz, porém, de uma análise fria de fatos pretéritos e presentes, se torna frágil a tese majoritária das ruas. Abro parênteses : escaldado pelas  mentiras das autoridades e da grande mídia, o brasileiro tem grande inclinação a acreditar em todo tipo de teoria conspiratória. Em viagem recente a Pernambuco, me impressionou o número de pessoas que não têm qualquer dúvida quanto ao caráter criminoso do acidente com o ex-governador Eduardo Campos. Para elas, Campos foi assassinado por adversários políticos e ponto final, mesmo que as investigações não tenham apontado sequer indícios de que isso tenha ocorrido. Fecho parênteses.

Teori, embora fosse discreto e reservado como todos os juízes deveriam ser, cedo ou tarde entrará para a história como peça-chave no consórcio judicial-midiático-parlamentar que quebrou a ordem constitucional através de um golpe de estado que apeou do governo uma presidenta honesta.

Ele teve com a faca e o queijo na mão para afastar Cunha, depois de que recebeu pedido neste sentido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Mas preferiu sentar em cima do  documento da PGR por longos cinco meses, deixando Cunha de mãos livres para dar curso à farsa criminosa do Impeachment. Consumado o golpe, aí sim afastou o meliante da presidência da Câmara. Impossível acreditar em coincidência nesse caso.

Teroi negou vários recursos de procedimento apresentados pela defesa da presidenta Dilma, sempre pronto a não atrapalhar a investida golpista. Teori e todos os ministros do STF, seja por medo do massacre midiático ou da onda de ódio que varre o país, desonraram suas togas ao não cumprirem sua missão constitucional de zelar pela Constituição da República, que só prevê a possibilidade de afastamento de presidentes da República em caso de crimes devidamente comprovados.

Portanto, Temer e sua camarilha só têm motivos para agradecer-lhe. Seu comportamento negligente no caso Cunha e o posterior acovardamento no STF foram fatores decisivos para que o governo ilegítimo vingasse. É verdade que havia a expectativa de que a homologação das delações da Odebrecht pudesse finalmente fisgar Temer, citado mais de quarenta vezes nas delações, a escória da política que compõe seu círculo íntimo de governo e tucanos de alta plumagem. Ledo engano. O mundo da política não tinha motivos para perder o sono com a atuação de Teori. 

Primeiro porque Teori só tratava de processos envolvendo pessoas com prerrogativa de foro, ou seja, blindadas por uma legislação que lhes permitem possibilidades quase infinitas de recursos e procrastinações. Depois, por uma questão crucial: a razão de ser da Lava Jato não é banir a corrupção da política, punindo de A a Z do espectro político-partidário. 

A Lava Jato desde sua concepção até hoje só persegue obsessivamente três objetivos, com alguns pontos fora da curva que só servem para sinalizar uma falsa isenção : afastar Dilma, prender ou inabilitar Lula e cassar o registro do PT. Com o primeiro objetivo alcançado, quem cuida dos outros dois é a República de Curitiba chefiada por Sérgio Moro, e não Teori, a quem cabiam processos com grande chance de não dar em nada. 

Embalada por uma popularidade alcançada pela lavagem cerebral feita pela mídia na sociedade, a Lava Jato segue firme na sua toada de destruição da economia nacional, criminalizando empresas e contribuindo de forma decisiva para o índice recorde de desemprego do país. Calcula-se que a Lava Jato tenha causado um prejuízo de 120 bilhões ao Brasil com a paralisação de obras, inviabilização de empresas e retração de investimentos. Enquanto isso, gaba-se  de ter recuperado apenas 2 bi  para os cofres  públicos.

 


 

 

 

 

 

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