Embora ateu confesso, tenho procuração, pelos meus atos em vida, do Papa Francisco, para rezar pelos bons e, assim, me redimir de vários pecados. Também, pouco me preocupam as consequências no inferno, que sei só existir se me apresentarem a Doriana Júnior.
Já escrevi várias vezes, inclusive em meu despretensioso primeiro livro, que 11 anos no Colégio de São Bento, em São Paulo, me deixaram confuso ao contrapor os evangelhos cristãos e a realidade das injustiças no planeta.
Mas, independentemente de minhas dúvidas, como surgiu essa natureza que me encanta e sustenta meu prazer em viver? Em algo há que se acreditar. Nos crocodilos, por exemplo. No Tom Jobim. Na poética de Manoel de Barros. Em Raduan.
Então, mando merda, daquela mais fétida, fedorenta, disforme, difícil de ser jogada ao esgoto, a todos aqueles que se deliciam e mandam más encomendas à mais digna representante das primeiras-damas que teve a Federação de Corporações, a loira Marisa Letícia.
Foi AVC? Não? Foi causada por Lula em sua consciência ideológica de fazer deste País menos desigual e voltar à política? Foi a pressão dos legalistas dúbios da Lava Jato e do Judiciário? O Congresso? Nem merece menção tão ignorante e parcial. As folhas e telas cotidianas golpistas? Covardes. Explodam-se, então. Tanto faz. De comprovado, ela, em sua origem ABCD junto ao Sindicato dos Metalúrgicas de São Bernardo, quando assentou no Planalto, lembrou-se de suas origens, de seus combates operários, e quis simbolizar o Poder com uma estrela plantada nos jardins e promover festas caipiras, como somos todos nós, inclusive os merdas em suas SUVs e cafonas camisas-polo. Qual o crime? Pedalinhos?
Vou ser claro: desprezo-os e desejo aos que estão diante do Hospital Sírio-Libanês atacando Dona Marisa, os mais graduados cânceres em suas genitálias.
Através de seguro-saúde, há 20 anos pagos com o meu trabalho, garanto atendimento médico-hospitalar no Sírio-Libanês, até por opção ideológica e ação judicial. Teria direito ao Einstein, onde meu filho, Gabriel, trabalha junto a projetos sociais direcionados às crianças de Paraisópolis. Afinal, não precisamos todos melhorar a humanidade, árabes e judeus?
Dona Marisa está sendo assassinada, precedida de tortura, por vocês, patos amarelos, membros associados a partidos de direita do Ministério Público Federal, Jucás e Padilhas, juízes curitibanos de 1ª instância viciados em auto-homenagens, um vice-presidente traidor que ao primeiro sinal shakespeariano, vestiu um robe-de-chambre e se apresentou a uma moça bela, recatada e do lar, como se conseguisse, no exercício do poder, na idade em que está, pudesse pensar em outra coisa, além de lençóis de linho egípcio.
Dirigi fábrica no ABCD, chão, sei quem é sério. Quando a empresa em que trabalhava quebrou, patrões acovardados, enfrentei uma assembleia do Sindicato dos Químicos, com mais de 300 empregados. Não temi. Falei a verdade. O neoliberalismo havia destruído a empresa. Todos foram pagos.
Marisa, você é patrimônio do País. Boa sorte.