Férias coletivas são sempre um sinal de alerta para os trabalhadores. Geralmente, após a medida, vem o facão, a demissão em massa! Nesta semana, poderosas montadoras de veículos anunciaram que aproveitarão o feriado do Carnaval para suspender a produção. As multinacionais alegam queda nas vendas de automóveis em 2016 e redução de seus lucros bilionários. Apenas em duas unidades, a General Motors de São Caetano do Sul e a Volkswagen de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, os 14,2 mil metalúrgicos não irão às fábricas nos próximos dias. O pânico é com o retorno deste “descanso”.
A GM fará uma parada mais longa. Cerca de 5 mil operários daquela unidade terão férias coletivas de 27 de fevereiro a 27 de março. Em 2016, as vendas da multinacional ianque caíram 10,8% em relação a 2015, enquanto o mercado total de veículos teve queda de 20%. Em janeiro, a marca até teve um suspiro, com a alta de 2% nas vendas na comparação com o mesmo mês de 2016. A GM também estendeu o período de lay-off (suspensão de contratos) de 754 trabalhadores, que deveriam voltar ao trabalho nesta semana, e ainda anunciou que pretende abrir um novo programa de demissão voluntária (PDV).
Já a Volkswagen vai estender a parada do Carnaval por 12 dias, entre 22 de fevereiro e 5 de março. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, cerca de 7 mil trabalhadores, todos da produção, serão dispensados e as folgas serão contabilizadas no Programa de Seguro Emprego (PSE), que reduz a jornada e os salários. Também crescem os boatos de que outras montadoras de automóveis, como a Fiat de Betim (MG), pretendem conceder férias coletivas nos próximos dias. Pelo jeito, as poderosas multinacionais do setor não estão muito confiantes nas bravatas do covil golpista e da mídia chapa-branca sobre a retomada do crescimento da economia. Os operários que se preparem para o pior!
Em tempo: Nesta semana, os jornalões e os telejornais, principalmente a TV Globo, tentaram difundir um clima de otimismo na sociedade, garantindo que a economia já dá sinais de recuperação. Esta ofensiva talvez seja para justificar o aumento das verbas de publicidade para os mercenários da mídia golpista. A Folha, por exemplo, garantiu que “os carros começam a sair do buraco” e que “a indústria automotiva crê em retomada e acelera a produção”. Mas as férias coletivas anunciadas nestes dias detonam o falso clima de otimismo. Depois os barões da mídia não entendem porque a credibilidade dos seus veículos está indo para o buraco!