Há um limite para ceder ao patrão e os coleguinhas da Folha o ultrapassaram.
Não sei se sua ombudsman o comentará, mas o jornal paulista se supera.
Ao descrever a brutalidade estúpida que foi feita contra o estudante Mateus Ferreira, em cheio na cabeça , a sua matéria diz que ele é ” atingido na cabeça por um golpe de cassetete desferido por um homem trajado como policial militar”
Trajado com o policial militar?
Não é um PM?
Era um “bolivariano” usando a farda da polícia, disfarçado?
Mas há vergonha maior do que este acanalhamento da mídia, expresso num texto de fazer qualquer profissional corar de vergonha.
Os governantes -mais que o energúmeno que solta suas taras “mandando ver” com o cassetete na cabela alheia – são os verdadeiros agressores.
Primeiro, porque os abusos de violência em manifestações viraram rotina – desde que, claro, os manifestantes não sejam da direita – e nada fizeram para que isso fosse contido.
Segundo, porque quando resolvem usar a polícia contra simples manifestações estão, na prática, transformando a PM numa matilha açulada.
Que tira “selfies” com os coxinhas e desce a borduna com os outros.
As mãos no cassetete são do PM criminoso, mas quem desfere o golpe é a direita .
Mateus está numa UTI, entre a vida e a morte. Tomara que não se conte um assassinato nesta greve.
Mas tentado, ele já foi. O autor material foi “um homem trajado como policial militar”.
Já os autores intelectuais estão muito bem instalados em palácios e gabinetes de redações.