Durou pouco mais de 100 dias a lua de mel de São Paulo com João Doria.
Nesse período, ele fez marketing e jabá, basicamente, não necessariamente nessa ordem.
Fantasiou-se de gari, puxou o tapete de seu criador, virou a grande esperança branca da extrema direita para presidente — e se afundou na ação catastrófica na cracolândia.
O higienista maluco achou que poderia resolver uma tragédia crônica de uma megalópole com a polícia e a especulação imobiliária.
Apanha diariamente da mídia amiga, o que não esperava. A truculência estudada, cultivada para ganhar eleitores de Jair Bolsonaro, o levou a puxar briga com carnavalescos, jogar flores no chão e chamar de “Lula” (?!?) qualquer ser humano que ousasse divergir dele.
A última jogada é típica de covardes e meninos mimados: terceirizar a responsabilidade.
Num evento nesta quarta, dia 31, Doria apontou o dedo para o antecessor Fernando Haddad quanto questionado sobre a burrada na cracolândia.
“Pergunta para o prefeito anterior”, disse a jornalistas que queriam saber da debacle no centro.
Haddad, elegantemente, não se manifestou.
Doria sempre foi uma fraude, mas agora não engana mais ninguém.
O estilo fascistoide contaminou até o secretário de Cultura André Sturm, um senhor pacato e franzino que, imitando o chefe, ameaçou um agente cultural de quebrar-lhe a cara numa reunião.
Afinal, se o prefeito faz isso todo dia, por que não o fariam seus subordinados?
O golpe que faltava eram seus miquinhos amestrados do MBL o trocarem por Bolsonaro. Não falta mais.
João Doria quis exterminar a cracolândia na base da porrada. Acabou extinguindo-se a si mesmo.
Mas a culpa, como sempre, é do PT.