O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve Michel Temer na Presidência com voto de minerva do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Por aqui, os veículos da nossa “grande mídia” cobriram mais esse evento inacreditável da hoje entrelaçada cena política-jurídica-policial como se tudo fosse, até, natural.
Os jornais, por exemplo, encobrem o tamanho do absurdo da situação para não dar em renúncia. Escondem o pior de tudo, que são as reformas, e deixam no momento, no que se refere à chamada grande imprensa corporativa, a tarefa de mostrar o que de fato vem ocorrendo no Brasil à mídia internacional.
O Globo concentra sua indignação nas tais provas que na verdade, oficialmente, não são provas. São delações sem provas, como a dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura. A Folha de São Paulo apela para o escárnio concentrado em Gilmar Mendes, na menção a ele no título e na foto da capa, enorme, do ministro gargalhando.
O Estado de São Paulo dá a notícia como quem está com o presidente e não abre, quase comemorando de tanta sobriedade. Também falou, por meio da frase em destaque de Herman Benjamin, das provas citadas pelo Globo (e que se aceitas abririam caminho para serem aceitas denúncias risíveis, sem provas, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva).
E mostra que o presidente não está salvo, ainda, até na engenhosidade da foto da primeira página, onde a cabeça de Temer está na posição em que costumam ficar as cabeças levadas à guilhotina. Nenhum dos “grandes veículos” brasileiros, porém, diz o que diz Francis França, editora-chefe no Brasil da empresa de comunicação internacional alemã DW.