Os distintos amigos e amigas, como vivem no Brasil e não no mundo da Lua, sabem que, neste ano e pico em que estamos submetidos ao governo (?) Michel Temer, o único resultado “positivo” que este tem a exibir é a queda da inflação.
É certo que à custa de um aprofundamento brutal da recessão que herdou, da paralisação dos investimentos públicos, da ampliação do desemprego e outras coisas do gênero, mas baixou. O pequeno “probleminha” do método do método usado foi o contínuo afundamento da receita pública e, portanto, do desequilíbrio fiscal, conversa que o povão sente na carne mais lentamente, com a degradação dos serviços e dos equipamentos públicos, nestes incluídos os produtos de investimento.
A conversa de redução de juros, bonita nos jornais, não existe na prática, por uma conta muito simples que se faz respondendo a uma pergunta simples: se você recebe 14% de juros mas a inflação come 10% está ganhando menos ou mais do que com juros de 10% e inflação reduzida a 3%. Repostas para o gabinete do ex-Itaú e agora BC, Dr. Ilan Goldfajn, por favor com letra caprichada.
É portanto, a jóia única da coroa de latão que o atual presidente tem sobre a cabeça e foi colocada sobre a mesa de seu jogo de poder.
Dizer que o efeito deste aumento – que já de per si representa uma alta de 0,6% no IPCA – não vá contaminar outras áreas da economia é uma aposta em que a desgraça é tanta que estes setores terão de engolir a seco o aumento de custos, porque a recessão segue tão braba que, se repassar, não vende.
E, neste caso, uma aposta contra as próprias contas públicas, porque implica arrecadação estagnada ou em queda e o que entra em novo imposto sai pela queda contínua dos demais.
Mas Temer diz que “a população brasileira irá compreender” que seu governo é sincero, à exceção talvez de uma mala ou outra.
É possível que sim e que, compreendendo, saia da letargia política e que se encontra e a classe média transtornada pela mídia perceba que a jóia posta sobre a mesa para encantá-la era vidro e se quebrou.
E que a coroa do rei não é de ouro e nem de prata, é de lata.