Na manchete de O Globo, o “projeto econômico” do Governo para aumentar “só” em 20 ou 30 bilhões o rombo das contas públicas para 2018.
É algo de imensa complexidade e de elevada teoria econômica: vender tudo o que for possível vender, do jeito que for possível, sem muitas considerações sobre preço, oportunidade, conveniência, papel estratégico…
Nesta conta entram aeroportos ( a participação da Infraero), poços de petróleo (prontos ou prospectos que levarão anos até produzir – e minimamente, com a redução do conteúdo nacional) qualquer demanda interna com investimentos e usinas elétricas também já funcionando há muitos anos, hoje praticamente geradores de caixa líquido.
O objetivo é reduzir um déficit que, independente disso, só cresce.
Só nos jornais de hoje, noticia-se que as Forças Armadas só têm recursos para funcionar até o mês que vem e que um quarto das UPA construídas pelos governos Lula e Dilma não têm recursos dos governos estaduais e das prefeituras quebrados para funcionar. “Além das 163 UPAs prontas, mas que não podem ser utilizadas pela população, há 993 unidades básicas de saúde e cem hospitais fechados em todo os país”, diz O Globo.
O cenário parece estar mais ou menos traçado: não menos de R$ 20 bilhões de rombo extra este ano – para as contas “fecharem” e uma perspectiva de R$ 20 ou 30 bilhões de déficit além dos R$ 130bi já previstos, mesmo considerando receitas extras que – no delírio – poderiam chegar a R$ 60 bilhões, mas que talvez, na prática, cheguem à metade.
Providência em relação à receita corrente, aquela que sustenta “a casa”?
Zero: nenhuma medida para destravar investimento ou consumo, nenhuma medida para mudar a tributação injusta, nada para corrigir as distorções que façam os ricos pagarem pouco e sonegarem muito e os pobres pagarem em demasia.
Os nossos gênios da economima são capazes de, no máximo, promover um bazar para “fechar o mês”.