Maria do Rosário pode aprender uma boa lição com o perfil de uma rede social americana.
Depois da pancadaria em Charlottesville, a conta Yes, You’re Racist, do Twitter, passou a identificar os fascistas que participaram do ato.
Cole White, um dos primeiros a ser identificado, foi demitido do local onde trabalhava em Berkeley, na Califórnia. A própria lanchonete divulgou o chute no traseiro do rapaz em um cartaz na porta.
Os covardes que estão atacando e ameaçando Maria do Rosário, cultuadores do condenado Jair Bolsonaro, têm certeza da impunidade.
Montados nisso, assinam suas barbaridades.
Um certo Theo Lima escreveu o seguinte: “Eu faço questão de estuprar a senhora assim que possível. Você merece sim ser estuprada, tá?”
Não é o único. Outros estão aqui neste artigo, em reprodução da tela do celular da deputada (veja no final).
É comportamento de gangue. Muitos desses baderneiros virtuais estão em casa, tomando Toddy no quarto, preparado pela mamãe. Outros estão cometendo crimes no mundo real.
Como escrevi mais cedo, a tática ignominiosa agora é incluí-la em grupos de WhatsApp “sob medida”: policiais, detratores de direitos humanos, racistas, neonazistas, além de, obviamente, comunidades de bolsonaristas que fazem campanha para 2018.
Quando ela sai e bloqueia quem a adicionou, outro integrante a adiciona de volta.
O material está sendo enviado para a Polícia Federal.
Maria do Rosário deve expor esses monstros não apenas em nome de sua honra e dignidade, mas da sociedade.
As famílias, os empregadores e os colegas de trabalho dessas pessoas precisam saber com que tipo de gente estão lidando.
O filósofo Karl Popper foi definitivo em sua formulação: “Se estendermos tolerância ilimitada até mesmo para aqueles que são intolerantes, se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante contra a investida dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos, e a tolerância junto destes.”
Mais: “Nós devemos portanto declarar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar o intolerante.”