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Ao processar Frota, Caetano confronta fascismo

Out 24, 2017

Por Nathalí Macedo, no DCM                                                                                           

 

É preciso chamar os estupradores de estupradores – sem eufemismos e meias palavras – e é preciso, sobretudo, que se pare de chamar os não-estupradores de estupradores.

Caetano Veloso cansou. Está movendo uma ação judicial contra o MBL e Alexandre Frota – sempre eles – que acusaram-no, sem provas, de pedofilia.

A acusação decorre do fato de, à época do envolvimento de Caetano com sua então companheira, Paula Lavigne, ela tinha 13 anos. Ele, 40.

Na época em que Caetano e Lavigne se casaram, meninas casavam-se com 13, 14 anos – minha avó, aos 14, já abrira a fábrica de filhos. Era normal. Não era um escandaloso caso de aliciamento, era apenas um caso que virava casamento.

Culpa da cultura patriarcal. Sim, mas o que se há de fazer agora a respeito de um fato ocorrido nos anos 70, com tanta coisa precisando ser feita em 2017? Nos anos 60 o crime de estupro de vulnerável ainda não existia. E a lei não retroage – diferentemente do pessoal do MBL.

Caetano e Paula, aliás, só se casaram quatro anos depois do suposto caso de pedofilia, que, no caso em questão – considerando-se o comportamento geral da época – pode perfeitamente se chamar sexo, mesmo.

Ela se considera tão vítima e tão violentada que além de ter se casado com Caetano e ser até hoje a sua empresária, também está movendo uma ação contra o MBL – ao lado de Caetano.

Precisamos, de fato nos preocuparmos com esse absurdo caso de pedofilia e dar mais uns confetes pro MBL.

Não são apenas o Frota e o MBL – e é duro dizer isso – que têm, parados no tempo, acusado pessoas de crimes gravíssimos, como pedofilia e estupro, sem provas e sem nenhum cuidado.

As feministas mais radicais – às quais, dizendo pela milésima vez, não me alinho – inventaram de dizer pra a Mallu Magalhães – aquela cantora brasileira em ascensão e decadência simultâneas – que ela estava sendo abusada pelo seu então companheiro Marcelo Camelo.

Agora ela é uma mulher adulta, eles estão casados, têm um filhinho e Mallu não parece muito amedrontada ou abusada.

Ledo engano, radfems. Ledo engano, MBL e Alexandre Frota. Ledo engano, gente que gosta de enquadrar a vida alheia em qualquer dogma.

A tag #CaetanoPedófilo no topo dos “trending topics” mundiais no Twitter é um fato assustador, como qualquer acusação descabida e confusa, sobretudo em tempos de linchamento social – é sempre melhor poupar um culpado que condenar um inocente.

O processo de Caetano ao MBL deverá ser importante para que acusações descabidas – eu as chamaria de fascistas – sejam minimizadas ou, no mínimo, feitas com mais cautela.

Processa mesmo, Câe. Dourar a pílula não combina com você.

 

 

 

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