O Sindicato dos Petroleiros de São Paulo denuncia que a parada de emergência da Refinaria de Paulínia, com o lançamento de uma nuvem de combustíveis por uma das chaminés das torres de craqueamento é resultado do processo de sucateamento e cortes de gastos e de pessoal que faz sua manutenção e operação. Segundo eles, a coluna lançada no ar era altamente explosiva e poderia ter causado um acidente de graves proporções.
Leia um trecho da nota do Sindicato:
A Replan sofreu na tarde desta quarta-feira (01/11) uma parada operacional de emergência, a terceira registrada em 30 dias. Uma gigantesca nuvem formada pela mistura de gasolina, GLP e óleo diesel vaporizados, com alto grau de explosividade, foi lançada pelas chaminés da refinaria. O sucateamento e a redução do efetivo operacional transformaram a Replan em uma bomba relógio, na iminência de uma tragédia.
Os dirigentes do Unificado foram impedidos de entrar na refinaria, mesmo após o fim da emergência, em mais uma conduta antissindical e suspeita da atual gerência. “O Sindicato foi barrado na entrada da refinaria. Por que não deixaram a gente entrar para apurar o que estava ocorrendo?”, questiona o diretor sindical Arthur Bob Ragusa.
Do lado de fora, e em contato direto com os trabalhadores dentro da refinaria, a direção do Unificado levantou que a falta de ar comprimido ocasionou o descontrole da unidade de craqueamento. O Sindicato investiga agora se esse problema foi causado pela interrupção de energia elétrica, que provocou duas paradas emergenciais na Replan, no mês de outubro.
A falta de ar comprimido gerou uma perda de referencial no craqueamento e causou um processo chamado reversão, que faz com que a carga do reator desça, ao invés de subir. As válvulas controladoras, que são hidráulicas, não fecharam e todo o volume de gás e óleo pulverizados saiu na chaminé da caldeira e foi lançado na atmosfera em forma de uma nuvem escura e gigante.
“Essa nuvem é muito perigosa e caso encontre uma fonte de ignição pode haver uma grande explosão”, afirmou o coordenador da Regional Campinas do Unificado, Gustavo Marsaioli.
A nuvem escura se dissipava no ar há quase 30 minutos, quando a empresa tocou o alarme de evacuação das unidades. Os trabalhadores, muitos deles assustados, se deslocaram para o ponto de encontro. A situação foi controlada duas horas e meia mais tarde. O pessoal do administrativo foi liberado para voltar aos seus postos, mas a área operacional continuou esvaziada.