O Brasil acaba de perder uma das suas melhores cabeças pensantes. O historiador e cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira faleceu nessa sexta-feira, na Alemanha, país onde residia há anos.
Nascido em Salvador/BA, no ano de 1935, durante a juventude dos decênios de 1950 e 1960 atuou no jornalismo e foi assessor legislativo do deputado federal e presidente da célebre Frente Parlamentar Nacionalista, o trabalhista Sergio Magalhães.
Depois do golpe civil-militar de 1964, acompanhou o igualmente trabalhista Leonel Brizola no exílio uruguaio, envolvido na costura das guerrilhas de conteúdo nacionalista, anti-imperialista e socialista. Moniz Bandeira chegou a ser preso na ditadura, no início da década de 1970.
Associando essa bagagem de experiências profissionais e políticas com a sua erudição e o incansável trabalho dedicado à seleção e análise de documentação, tornou-se um dos maiores historiadores brasileiros.
Sua vasta obra contribui para o entendimento do Brasil e da América Latina no cenário mundial, assim como o papel desempenhado pelos EUA no sistema de poder internacional. Há pouco mais de um ano publicávamos resenha do seu último livro lançado no Brasil: "A desordem mundial".
Com extensas, relevantes, rigorosas e esclarecedoras obras, Moniz Bandeira consiste em uma das principais referências brasileiras nos estudos das áreas de História, Relações Internacionais e Ciência Política.
Em nossa terra (apesar de muitos vende pátria e reacionários encetarem esforços para apequená-la), uma terra de gigantes, nem sempre reconhecidos e lembrados, o País acaba de perder um dos seus mais respeitados.