O jornal inglês The Guardian, com base numa comunicação reservada obtida pelo grupo Greenpeace, que o ministro do Departamento de Comércio Internacional do Reino Unido, Greg Hands, “pressionou o governo brasileiro para facilitar o caminho para BP e Shell para garantir blocos de petróleo na polêmica região pré-sal do país”.
Greg Hands se encontrou com Paulo Pedrosa, secretário-geral do Ministério de Minas e Energia, e “diretamente” levantou as preocupações das empresas petrolíferas Shell, BP e Premier Oil britânicas sobre “tributação e licenciamento ambiental”.
Pedrosa disse que estava pressionando seus homólogos no governo brasileiro sobre as questões, de acordo com um telegrama diplomático britânico obtido pelo Greenpeace.
O Departamento de Comércio Internacional (DIT) lançou inicialmente uma versão não-editada do telegrama sob as regras de liberdade de informação para a unidade de investigação do Greenpeace, com as passagens sensíveis destacadas. Pouco depois, o departamento emitiu uma segunda versão do documento, com as mesmas passagens reescritas.
No site do Greenpeace, diz-se que “o documento revela que o governo britânico congratulou-se com o movimento do governo brasileiro para “abrir as rodadas brasileiras de licitação pré-sal para as companhias petrolíferas internacionais”.
“O DIT apoiou as empresas britânicas a conquistar mais de £ 2 bilhões (R$ 8,6 bilhões) em ganhos de exportação relacionados com petróleo e gás nos últimos três anos no Brasil”, diz o texto, informando que , após o encontro do café-da-manhã com Paulo Pedrosa, Hands foi, com Craig Jones, que trabalhou em destacamento na Shell em 2008 , continuar o lobby da BP, Shell e Premier Oil, “liderando um seminário sobre conteúdo local política na sede do regulador brasileiro de petróleo e gás (a ANP) no dia seguinte”.
Vendilhão da pátria é isso aí, sem um véu sequer. Enquanto mobilizamos centenas de policiais e dezenas de promotores atrás de pedalinhos, entregam bilhões, nas barbas de todos.
Sai nos jornais estrangeiros e os nossos, aqui, ficam saudando a “liberalização” do setor de petróleo.