Como era esperado, o ex-assessor de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, virou réu no “crime da mala” da JBS.
Mas por pouco tempo.
É que, provavelmente, ao apresentar sua defesa, Loures vai mencionar a participação de Michel Temer na “doação” de Joesley Batista e, portanto, o processo terá de ser enviado ao Supremo Tribunal Federal.
Onde terá sua tramitação suspensa, porque a corte não tem autorização para processar o ocupante da Presidência da República, que lhe foi negada pela Câmara.
O país ficará numa insólita situação: o presidente não pode ser investigado, mas o assessor do Presidente pode e se as investigações revelarem o óbvio – que o subordinado agia para o chefe – tudo fica paralisado.
Não parece crível que, neste caso e com novos elementos de prova, a Senhora Raquel Dodge vá apresentar nova denúncia contra Temer e menos ainda que haja número para que ela possa prosseguir.
Mas vai ser curioso ler a defesa de Loures, que tem dez dias para ser apresentada.
A ver como se sai da sinuca de bico: se não envolve Temer seu processo não para e Temer, que não é réu, mas é reles de deixar ir para forca seu “apanhador” – alguém se lembra do “alguém que possa morrer antes de delatar” do Aécio? – é quem fica protegido.
Veremos o que ele vai dizer.
Quem sabe a mala da JBS, como no caso de Aécio, fosse um “favor pessoal” e uma armadilha para “pegar” o ingênuo assessor.
Loures, Geddel, Aécio, todos foram pegos com dinheiro vivo aos montes.
Mas a cognição sumária da Justiça brasileira só funciona quando se trata de assegurar que é do Lula um apartamento que, comprovadamente, nunca foi.