Leio em O Globo que o Natal de 2017 será o da “retomada da economia”. Nada mais falso e mentiroso, facilmente comprovado a partir de algumas constatações.
O estado do Rio de Janeiro é campeão em atrasar salários desde que entrou em grave crise financeira com o baque das indústrias do petróleo, gás e naval provocado pela desastrada operação Lava Jato, que deixa um rastro de destruição em nome de um suposto, e bastante suspeito, combate à corrupção.
São três meses de salários atrasados para mais de 200 mil servidores ativos e aposentados. Além disso, gratificações e o 13º salário de 2016 ainda não foram pagos. Você não leu errado e eu não me enganei: a gratificação natalina de 2016 ainda não foi paga pelo governo Pezão. A dívida com os servidores ultrapassa a casa dos R$ 2 bilhões.
No Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Sergipe, os salários também têm atrasado, enquanto em Alagoas eles têm sido pagos em parcelas. Várias prefeituras também acenam com parcelamentos e atrasos.
O desemprego atinge 13 milhões de brasileiros e brasileiras e, dentre aqueles que têm trabalho, 27 milhões estão subempregados ou na informalidade.
O botijão de gás ultrapassou a barreira dos R$ 100,00 e há muita gente voltando a usar fogão à lenha, coisa do século 19. Mais de 2 milhões de pessoas deixaram seus planos de saúde privados por não conseguirem arcar com os extorsivos preços. O país caminha a passos largos para voltar ao mapa da fome e a miséria atingiu níveis inaceitáveis no governo golpista de Temer e dos tucanos.
Não há como imaginar que o brasileiro pobre e de classe média remediada vá abrir sua carteira e consumir muito neste Natal. Provavelmente a carteira nem existe mais.
Quem sempre fez isso e vai continuar fazendo são a classe média alta e os ricos.
Como sempre, O Globo escreve tomando por base uma minoria que gira em torno de 1% da população brasileira. O que ele escreve para os demais tem apenas o objetivo de desinformar e mantê-los em total estado de torpor e anestesia.
Ainda bem que cada vez menos pessoas dão alguma credibilidade às letras impressas naquela porcaria que seus editores pensam ser um jornal.
*Márcio Adriano é funcionário da Dataprev e militante das boas causas do povo brasileiro