“Sou ficha limpa. A decisão da Justiça sobre a utilização da marca Cidade Linda não muda isso e continuo candidato sem qualquer impedimento”, diz João Doria.
“Nada diz de errado”, alega. “Vamos recorrer e provar que não existe qualquer ilegalidade”.
Eis Doria, postulante ao cargo de governador de SP depois de mentir que cumpriria todo o mandato de prefeito, protestando contra a suspensão pela Justiça de seus direitos políticos por quatro anos.
Foi denunciado por improbidade administrativa, acusado de usar dinheiro público para se promover.
De acordo com Ministério Público, vinculou sua imagem pessoal ao programa da prefeitura, “demonstrando desvirtuamento da finalidade da propaganda oficial”.
A Lei Orgânica Municipal decreta que os símbolos da cidade são apenas a bandeira, o brasão e o hino.
“Há prova cabal de que houve dispêndio do erário, e cabível a sua apuração em futura liquidação de sentença”, afirma a juíza Carolina Martins Cardos.
No despacho, ela determina a “devolução integral dos prejuízos” , “pagamento de multa civil correspondente a cinquenta vezes o valor da sua remuneração à época dos fatos” e “multa punitiva equivalente a dez salários mínimos”.
É didático assistir o esperneio de um demagogo que usou o nome da Justiça para faturar com agressões indigentes a Lula ao longo dos últimos dois anos.
Enalteceu Sergio Moro no caso do triplex do Guarujá.
“A justiça foi feita. Depois de ter levado o Brasil à maior crise da história e deixar 14 milhões de desempregados, o Lula, maior cara de pau do Brasil, foi condenado a 9 anos e seis meses de cadeia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Parabéns ao Juiz Sérgio Moro, parabéns ao povo brasileiro, parabéns ao Brasil”, publicou no Facebook.
Após a confirmação no TRF 4, declarou que “o Brasil do bem celebra esse momento histórico”.
Gravou um vídeo comemorando a decisão do STF de negar habeas a Lula. “Estamos todos de alma lavada”, falou.
“Quero cumprimentar os juízes Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia porque tiveram coragem, dignidade de interpretar corretamente a lei e, acima de tudo, interpretar o sentimento do Brasil”.
Em seguida despejou os xingamento de sempre: “facínora” e “mentiroso”. “Assaltou os cofres”. “Lula, você vai pra cadeia”, celebrou.
O resultado desse destempero oportunista é que o alvo de seus ataques está disparado à frente das pesquisas. Doria tem o pato Paulo Skaf na sua cola e a maior rejeição da turma, segundo o Datafolha (23%).
O efeito da presente sentença ainda vai se fazer sentir na corrida eleitoral.
João Doria provavelmente não verá um concorrente desequilibrado o chamando de, por exemplo, “marqueteiro safado” no Facebook.
E precisa?