Desde os primeiros instantes da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal do Paraná, no dia 7 de abril, apoiadores defendem e aguardam sua liberdade em frente ao prédio. São 170 dias completados neste domingo (23), seja sob forte sol ou frio rigoroso da capital paranaense, entoando gritos de bom dia, boa tarde e boa noite ao ex-presidente. “Nunca falhamos um dia, estamos resistindo”, afirma Denise Veiga, uma das organizadoras da mobilização constante.
“No dia a dia, às 9h da manhã, 13 vezes o grito de bom dia. Às 14h30, cinco vezes o boa tarde e, às 19h, mais 13 vezes o boa noite.” Denise vê o esforço dos militantes com leveza, e classifica como o maior problema de todos que ali estão ou passaram, a ausência de Lula. “Nossa maior dificuldade é o fato de Lula não poder ser candidato. Mas enfim, com Haddad, estamos levando à frente nossas ideias”, disse sobre o candidato do PT à presidência, Fernando Haddad, que foi escolhido após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impedir a candidatura de Lula.
Lula está preso após condenação em segunda instância por processo no âmbito da Operação Lava Jato, envolvendo o triplex no Guarujá. Para quem passa pelos locais de resistência, um cárcere injusto, político, com a finalidade de retirá-lo do processo eleitoral de outubro, já que provavelmente seria eleito, já que liderava com folga todas as pesquisas de intenções de voto.
Entre os que passaram por Curitiba para demonstrar o apoio à Lula, ganhador de Prêmio Nobel (Adolfo Pérez Esquivel), um dos maiores pensadores da contemporaneidade (o linguista Noam Chomsky), Chico Buarque e Martinho da Vila, que dispensam apresentações, e até mesmo importantes lideranças políticas europeias e norte-americanas.
Tudo isso ao lado dos muitos trabalhadores que, por vezes, ficam um tempo por lá. Alguns vão em caravanas, outros por conta própria. São três as estruturas de acolhimento e resistência. A Vigília Lula Livre, que fica em frente mesmo à sede da PF, o Acampamento Marisa Letícia, há poucos metros do local, abriga os que vão ficar mais tempo, e a Casa Lula Livre, espaço destinado a receber caravanas.
“Na Casa Lula Livre, que já foi uma creche, a adaptamos para abrigar até 200 pessoas de caravanas que vem de fora. Construímos camas em uma ala masculina e outra feminina. Isso fica a dois quarteirões da Vigília”, explica Denise. A militante destaca a receptividade da cidade. “Os vizinhos, Curitiba e região, têm sido muito solidários, doam alimentos, roupas, calçados e agasalhos.”
Sobre as visitas, Denise diz que fazem parte da programação diária da Vigília. “Nos intervalos entre os cumprimentos a Lula, fazemos rodas de conversas sobre temas como Previdência e cultura. Temos músicos que nos visitam e se apresentam, advogados que falam conosco. Palhaços, enfim, muitas apresentações artísticas”. Ela ressalta a relevância de certas visitas. “Temos muita gente importante que passa aqui, como foi o caso do Chomsky ontem.”
Também faz parte da estrutura de resistência o Centro de Formação e Cultura Marielle Vive, que homenageia a vereadora Marielle Franco, do Psol, assassinada no Rio de Janeiro. “Este é um espaço de formação política e cultural coordenado pelo pessoal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).” Neste mês, nos dias 5 e 6, o espaço recebeu a visita do cineasta Sílvio Tendler, que lançou seu mais novo longa-metragem, “Dedo na Ferida”, que apresenta a ação nefasta do mercado financeiro na vida dos trabalhadores.
Na ocasião, o cineasta conhecido falou sobre a importância do movimento em solidariedade ao ex-presidente. “A prisão dele é um ato absurdo”, definiu. No mesmo dia, Francis e Olívia Hime, músicos, compositores e produtores, se apresentaram para os trabalhadores em vigília cantando canções como Meu Caro Amigo, de Chico Buarque.
Todos os dias, os militantes gritam bom dia, boa tarde e boa noite para Lula
São Paulo – Desde os primeiros instantes da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal do Paraná, no dia 7 de abril, apoiadores defendem e aguardam sua liberdade em frente ao prédio. São 170 dias completados neste domingo (23), seja sob forte sol ou frio rigoroso da capital paranaense, entoando gritos de bom dia, boa tarde e boa noite ao ex-presidente. “Nunca falhamos um dia, estamos resistindo”, afirma Denise Veiga, uma das organizadoras da mobilização constante.
“No dia a dia, às 9h da manhã, 13 vezes o grito de bom dia. Às 14h30, cinco vezes o boa tarde e, às 19h, mais 13 vezes o boa noite.” Denise vê o esforço dos militantes com leveza, e classifica como o maior problema de todos que ali estão ou passaram, a ausência de Lula. “Nossa maior dificuldade é o fato de Lula não poder ser candidato. Mas enfim, com Haddad, estamos levando à frente nossas ideias”, disse sobre o candidato do PT à presidência, Fernando Haddad, que foi escolhido após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impedir a candidatura de Lula.
Lula está preso após condenação em segunda instância por processo no âmbito da Operação Lava Jato, envolvendo o triplex no Guarujá. Para quem passa pelos locais de resistência, um cárcere injusto, político, com a finalidade de retirá-lo do processo eleitoral de outubro, já que provavelmente seria eleito, já que liderava com folga todas as pesquisas de intenções de voto.
Entre os que passaram por Curitiba para demonstrar o apoio à Lula, ganhador de Prêmio Nobel (Adolfo Pérez Esquivel), um dos maiores pensadores da contemporaneidade (o linguista Noam Chomsky), Chico Buarque e Martinho da Vila, que dispensam apresentações, e até mesmo importantes lideranças políticas europeias e norte-americanas.
Tudo isso ao lado dos muitos trabalhadores que, por vezes, ficam um tempo por lá. Alguns vão em caravanas, outros por conta própria. São três as estruturas de acolhimento e resistência. A Vigília Lula Livre, que fica em frente mesmo à sede da PF, o Acampamento Marisa Letícia, há poucos metros do local, abriga os que vão ficar mais tempo, e a Casa Lula Livre, espaço destinado a receber caravanas.
“Na Casa Lula Livre, que já foi uma creche, a adaptamos para abrigar até 200 pessoas de caravanas que vem de fora. Construímos camas em uma ala masculina e outra feminina. Isso fica a dois quarteirões da Vigília”, explica Denise. A militante destaca a receptividade da cidade. “Os vizinhos, Curitiba e região, têm sido muito solidários, doam alimentos, roupas, calçados e agasalhos.”
Sobre as visitas, Denise diz que fazem parte da programação diária da Vigília. “Nos intervalos entre os cumprimentos a Lula, fazemos rodas de conversas sobre temas como Previdência e cultura. Temos músicos que nos visitam e se apresentam, advogados que falam conosco. Palhaços, enfim, muitas apresentações artísticas”. Ela ressalta a relevância de certas visitas. “Temos muita gente importante que passa aqui, como foi o caso do Chomsky ontem.”
Também faz parte da estrutura de resistência o Centro de Formação e Cultura Marielle Vive, que homenageia a vereadora Marielle Franco, do Psol, assassinada no Rio de Janeiro. “Este é um espaço de formação política e cultural coordenado pelo pessoal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).” Neste mês, nos dias 5 e 6, o espaço recebeu a visita do cineasta Sílvio Tendler, que lançou seu mais novo longa-metragem, “Dedo na Ferida”, que apresenta a ação nefasta do mercado financeiro na vida dos trabalhadores.
A Vigília segue por tempo indeterminado, até que Lula seja liberto. Depois da visita de Chomsky na quinta-feira (21), no dia seguinte foi dia de debater o futuro da Previdência pública no país com o advogado Ludimar Rafanhim.
Para os próximos dias, segue a solidariedade. Com "bom dia", "boa tarde" e "boa noite" sendo entoados por personalidades do Brasil e do mundo, lideranças de movimentos sociais e por uma legião de lutadores anônimos que querem justiça para Lula.