Antonia Urrejola Noguera, relatora especial do Brasil na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, afirmou à BBC que cobrou, por meio de medida cautelar, providências do estado brasileiro em relação à segurança do deputado federal Jean Wyllys (PSOL).
Mas, sob o governo Temer, a resposta foi que Jean não corria risco no País que vem matando e agredindo homossexuais nas ruas, descartando ataques do gênero, mesmo com o parlamentar sendo obrigado a andar acompanhado de escolta policial e recebendo ameaças e ataques virtuais e presenciais.
"A Comissão Interamericana decretou uma medida cautelar para que o Estado tomasse medidas de proteção a favor de Jean e a resposta foi que ele já tinha medidas de proteção. Mas, eram exatamente essas medidas que o deputado indicava que eram insuficientes. Ele seguia recebendo ameaças", disse ao portal.
O deputado anunciou na quinta (24) que está fora do Brasil e que não pretende voltar por tempo indeterminado. Ele disse que o cenário de violência aumentou com a eleição de Jair Bolsonaro e que, além de atentados homofóbicos, ele teme fanáticos religiosos movidos pelas fake news disparadas pela família presidencial.
Em entrevista à Folha, Wyllys relatou que mesmo com escolta policial, na rua, ele era empurrado e xingado por pessoas contrárias à sua militância em direitos humanos e na pauta LGBTI.
Além disso, ele lembrou que é alvo pessoal de Bolsonaro e mesmo uma desembargadora já publicou, num grupo de magistrados no Facebook, que o deputado deveria ser assassinado.
O socialista alegou que não há segurança para ele no País em que o filho do presidente, Flávio Bolsonaro, está sob a suspeita de ter relação com as milícias do Rio.