Não foram só Deltan Dallagnol (e seus rapazes da Força Tarefa da Lava Jato) quem saiu derrotado da sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal.
Sérgio Moro e Jair Bolsonaro também o foram, tanto ou mais.
A carraspana pública que as falanges bolsonaristas tomaram com a abertura de inquérito para apurar os ataques à Corte Suprema pelas redes sociais inaugurou este processo e deu características políticas inescapáveis à decisão.
E o bolsonarismo reagiu, prometendo guerra para aprovar, em represália, o pacote dito anticrime de Moro e Bolsonaro. O “Filho 01”, alta madrugada já, espalhou pelo Twitter a voz de comando do site do morismo, o República de Curitiba:
A decisão do STF, que em teoria, enterra sim a Lava Jato, não passara ilesa pelo ex-juiz que agora possui poderes de um superministro. Sergio Moro, ao que já havia previsto esse ataque contra a Operação, e apresentou com bastante antecedência o pacote anticrime, a ser votado em breve pelo Congresso, e que colocará as questões sobre caixa dois e corrupção em seus devidos lugares.
Ao contrário, a aprovação do “pacote”, que já não estava fácil, ficou pior ainda.
Mas não foi só isto. O delírio de fazer de Deltan Dallagnol ou de José Robalinho, presidente da Associação dos Procuradores da República – que já esbarrava no fato de não estarem, ambos, no topo da carreira – ficou mais distante, por conta da defesa que ambos fizeram do “Fundão da Lava Jato”, frontalmente atacado ontem (veja, ao final do post, o vídeo selecionado pelo Blog do Esmael).
E outras críticas, ainda piores:
“Não se pode combater a corrupção cometendo crimes, ameaçando pessoas, exigindo delações ou fazendo acordos tendo o irmão como dono de escritório, porque passa as delações. Tudo isso não é compatível com a ordem do Estado de Direito. Assim se instalam as milícias. O esquadrão da morte é fruto disso.”
Mesmo que a “banda de música” do MP queira colocá-los no topo da lista tríplice, escolhê-los, a partir de agora, seria uma provocação do Presidente ao STF que não parece interessar em nada a Bolsonaro.
E olhe que nem começou o desgaste com o inquérito aberto por Dias Toffoli, que promete ser grande.