Bolsonaro joga com a hipótese de que “manifestações populares” vão exigir a aprovação de uma reforma previdenciária que lhes tira pensões ou posterga aposentadorias?
Imagina, por acaso, a Paulista tomada por uma multidão com faixas dizendo “Quero trabalhar até morrer”, “Abaixo meus direitos” ou “Me paguem só R$ 400 de BPC”?
É óbvio que não, mesmo sendo um lunático como é. Não queima pelega de 100, como dizem os gaúchos.
Sua guerra não é com o déficit público, é com os partidos e os políticos, de onde lhe pode vir alguma necessidade de partilhar poder.
“Fez a sua parte”, conforme ele próprio diz e, agora, que suas excelências se virem diante do desgaste público.
Pouco se lhe dá se e qual reforma seja aprovada. Não lhe é vital.
Mas é para Paulo Guedes, que não tem outro peixe para vender ao “mercado”.
Será que ele percebe que sua filha “Momo” previdenciária está sendo largada na sarjeta?
O posto Ipiranga, numa metáfora de péssimo gosto – e nada inédita para quem se lembra do outro que dizia ter “aquilo roxo” – disse nos EUA que Jair Bolsonaro “have balls”.
Ele, que mostrou não tê-las ao ser completamente atropelado pelas fartas concessões feitas na proposta de polpudos reajustes aos militares, terá, também, para reverter essa balbúrdia que tomou conta da tramitação da reforma?
Será que acredita que falanges bolsonaristas no twitter, como os seguidores de Jim Jones, levarão multidões suicidas a pressionar os parlamentares?
Há um cheiro de Bebianno no ar.