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Permanência de Moro compromete apuração da Vaza Jato

Jun 21, 2019

Por RBA                                                                    

As conversas entre o ex-juiz e atual ministro Sergio Moro, com o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site The Intercept Brasil, exigem a abertura de processos para investigar um possível conduta ilegal e antiética dessas autoridades e uma suposta “invasão” aos seus celulares. Entre as frentes que atuam na apuraçãodesses fatos está a Polícia Federal. Subordinadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, chefiado por Moro, as investigação pode, no entanto, estar comprometida, de acordo com avaliação do sociólogo Sérgio Amadeu, que vê o risco de parcialidade enquanto Moro estiver no controle da pasta à qual a PF responde.

“Eu não confio em uma investigação que seja comandada pelo seu investigado. Moro é chefe da Polícia Federal e, enquanto ele não se afastar, não dá para confiar em nada que é dito nessa área”, afirma Sérgio Amadeu, professor associado da Universidade Federal do ABC (UFABC) e pesquisador de redes sociais. Ele conversou com a jornalista Marilu Cabañas da Rádio Brasil Atual.

As suspeitas quanto a apuração da PF já haviam sido levantadas em audiência no Senado nesta quarta-feira (19), onde Moro chegou a dizer se que afastaria em caso de irregularidade. Mas, em mais uma denúncia divulgada pelo jornalista Reinaldo Azevedo nesta quinta (20), a atuação do ex-juiz no processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforça os indícios de conluio com a acusação, que vêm sendo minimizados pela base governista por ter conseguindo prender Lula posto como “inimigo” pelo governo de Jair Bolsonaro.

“Se fosse o Marcola do PCC, ninguém ia aceitar que ele comandasse investigação sobre ele próprio”, compara Amadeu sobre uma das lideranças mais conhecidas da facção criminosa paulista. “Mas como o Moro é o queridinho, é quem perseguiu, forjou provas e atacou a pessoa que eles odeiam, eles dizem que então vale tudo. Não vale tudo”, contesta o sociólogo. “É séria a situação. Nós estamos em um Fla-Flu, mas, na verdade, o que está sendo corroído é a democracia, o Estado de direito.”

Diante desses riscos de obstrução da Justiça nas investigações contra Moro, o Sérgio Amadeu ressalta a importância da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pelos parlamentares e a abertura de processo legal contra a operação Lava Jato, e chega a defender a apreensão do passaporte do ministro, dada a sua proximidade com órgãos norte-americanos. “Ele tem muito poder e ele pode pressionar a PF que está subordinada a ele. E, como ministro de primeira ordem no Brasil, pode articular autoridades nos Estados Unidos, e nós sabemos que quem está no governo dos Estados Unidos também não é muito afeito à defesa da lei”, destaca. 

A hipótese do hacker

A preocupação de Sérgio Amadeu quanto a ligação de Moro com o governo estadunidense leva em conta a pressão que o país pode exercer sobre as nações que hospedam servidores do serviço de mensagem Telegram, aplicativo usado para conversas entre o ministro e o procurador. Isso porque, no caso do Telegram ainda ter esses arquivos, se revelados, eles poderão desmontar toda a defesa de que os diálogos foram adulterados por um suposto hacker que teria invadido o serviço de mensagens, de acordo com o professor. 

Para ele, a própria possibilidade de hackeamento é questionável. A hipótese, ainda que exista, teria sido criada principalmente para criminalizar o site jornalístico que fez a divulgação. “Pelo volume, a diversidade dos materiais coletados, com arquivos de som, me parece que não foi um hacker, um lobo solitário, mas um trabalho de equipe”, analisa. Telegram também já confirmou que não existe a possibilidade de invasão. “Tudo isso pode ter acontecimento, mas o fato é o seguinte, o Glenn e o The Intercept Brasil fizeram o jornalismo profissional, de resguardar as fontes. Tudo isso que estou falando é especulação, o importante é que o material é verdadeiro”, afirma.

 

 

 

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