Matéria de André Accarini, Érica Aragão e Marize Muniz.
E desenvolvimento com justiça e inclusão social, distribuição de renda e trabalho decente é tudo que a elite brasileira não admite, continuou Gleisi, lembrando que “foi com Lula que efetivamente colocamos o direito da população, porque democracia é ter direito concreto, o direito de comer, do trabalho, da política pública, do acesso à cultura. Isso é democracia”, destacou.
A saída para restituir direitos e democracia começa com Lula livre e segue na luta para derrotar os governos ultraconservadores, recuperando o estado democrático de direito, indicou Victor Baez, Secretário Geral Adjunto da Confederação Sindical Internacional (CSI).
Quando conclamou os mais de 2.100 sindicalistas presentes a abertura do 13º Concut a lutar contra o fascismo, Baez disse “vamos brigar juntos contra o fascismo no Brasil e em cada país do mundo”.
“A sinalização de vitória nas próximas eleições da Argentina, da Bolívia e do Uruguai serve como um aprendizado para nós, brasileiros”, alertou o presidente da CTB, Adilson Araújo. Para ele, assim como para vários sindicalistas do Brasil e do mundo presentes na plateia, a luta por democracia ultrapassa as fronteiras.
Nesse contexto, o 13° Congresso da CUT tem o desafio de reorganizar a luta da classe trabalhadora, restaurar a democracia, e para isso, como ficou claro, tem de libertar Lula, lutar por um projeto de justiça e inclusão social, de combate à pobreza e geração de emprego decente.
A atuação no próximo período foi destacada por todos os convidados que reforçaram o papel da Central ao longo da história, passando da conquista de direitos para trabalhadores e trabalhadoras pela construção da jovem democracia brasileira que vem sofrendo ataques constantes, especialmente depois que o ex-presidente Lula mudou o quadro e passou a combater a fome e a miséria, criando políticas públicas que melhoraram a vida de milhões de brasileiros.
Para Sérgio Nobre, Secretário Geral da central “a realização do congresso se dá em uma conjuntura extremamente difícil e desafiadora, mas é em momentos assim que a classe trabalhadora dá seus grandes saltos e esse congresso ficará marcado na história”.
A Secretária-Geral Adjunta da CUT, Maria Faria, parabenizou os mais de dois mil participantes pelo esforço em construir o congresso. “Os últimos tempos foram de muita dificuldade, de muita luta e resistência contra um governo que veio para cima do movimento sindical e apesar disso estamos aqui”.
O evento prosseguiu a exibição de um vídeo mostrando a cronologia de lutas da CUT, ilustrado com cartazes históricos da Central. O trompetista Fabiano Leitão, conhecido por suas intervenções nas redes sociais, encerrou a exibição com seu trompete tocando a música Lula Livre, momento em que todos no ginásio levantaram suas mãos com o gesto “L”, de Lula Livre, com as mãos.
Para os representantes das demais centrais sindicais, como Miguel Torres, presidente da Força Sindical e Adilson Araújo, os últimos tempos foram importantes para a unificação do movimento sindical em torno das lutas em defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores.
Lula Livre
Paulo Okamoto, do Comitê Lula Livre atestou o sentimento de solidariedade do ex-presidente Lula, que mandou uma carta para os delegados e delegadas, lida pelo ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad: “Convivi com ele durante anos enquanto ouvia Haddad ler a carta, me vieram à mente centenas de imagens e fiquei imaginando ele se preparando para conversar com vocês, sobre nossa situação”.
A ex-presidenta Dilma Rousseff também destacou em sua fala o papel da CUT na história recente do Brasil em defesa do povo e da democracia e contra as políticas neoliberais. “A CUT é produto e agente da democracia. É parte da história de lutas do povo brasileiro, inclusive a luta que derrotou a ditadura militar no Brasil e as lutas para impedir o avanço de políticas neoliberais no país”.
“Collor tentou se apropriar da poupança dos brasileiros e acabou sofrendo impeachmnento. FHC sofreu as consequências de sua política cambial. Lula foi eleito e então, por quatro eleições, nós – o PT, a CUT, o MST - derrotamos o projeto e provamos que era possível uam outra visão de desenvolvimento no Brasil, com justiça social”.
Dilma citou as eleições presidenciais de 2018 como “estrategicamente vitoriosas”, porque apesar de Fernando Haddad não ter sido eleito, o Partido dos Trabalhadores não foi derrotado, conseguiu eleger sua bancada e tanto movimento sindical como movimentos sociais se mantiveram de pé.
“Haddad obteve 45 milhões de votos – 47% dos votos. Elegemos nossa bancada, mas sobretudo os movimentos sociais não foram destruídos. Os sindicatos estão em pé e aprendendo a lutar nessa fase de verdadeiro morticínio de instituições, direitos sociais, do meio-ambiente e de tudo aquilo que se traduz em esperança de uma vida mais justa, com menos desigualdade.
“A riqueza de uma nação e de uma sociedade é feita pelo trabalho humano e o capitalismo desde seu nascimento nunca foi democrático, muito pelo contrário”, acrescentou Gleisi, que complementou: “Em 500 anos de história, o Brasil só começou a viver uma democracia após a Constituição Cidadã de 1988, cujas conquistas só começaram a avançar com os governos democráticos de Lula e Dilma”.
Ela reforçou também que nunca foi tão importante a ação dos partidos políticos de esquerda e de centro-esquerda, bem como a ação dos trabalhadores organizados e destacou a importância da CUT na luta por aqueles que estão empregados formalmente e os que não estão.
“Nós vamos ter que avançar e lutar por aqueles que estão desempregados, por aqueles que não tem emprego formal, por aqueles que estão na precariedade. E essa luta vai depender de nós, e essa luta passa pela liberdade do presidente Lula. E é por isso que a gente insiste muito, porque lula livre quer dizer Brasil livre, povo livre, a retomada do projeto emancipador que é um projeto histórico da classe trabalhadora”, finalizo
Movimentos Sociais
O líder do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST), Gilmar Mauro, fez um resgate histórico da luta e da parceria entre o MST e a CUT: “Nascemos na ditadura. Crescemos e enfrentamos governos como Sarney, Collor e FHC. Nós construímos nosso movimento popular. Agora vamos enfrentar venceremos porque estamos vivos e de pé”. Gilmar enalteceu a característica de solidariedade construída entre movimentos sociais e movimento sindical.
Para a vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Élida Helena, o Congresso da CUT fará com seja “vitoriosa a luta contra esse projeto que quer tirar o acesso do povo brasileiro à educação”. Ela afirmou que os estudantes têm a honra em travar suas lutas ao lados dos trabalhadores.
Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP), lembrou que a CUT sempre foi parceira e esteve à frente em manifestações e na luta contra o impeachment de Dilma Rousseff.
Juntos, o presidente da CUT, Vagner Freitas e a vice-presidenta da Central, Carmen Foro, fizeram uma saudação aos delegados e delegadas fazendo um pequeno balanço das lutas da CUT e reafirmando que a missão do 13° Congresso da CUT é de carregar um projeto de desenvolvimento para o Brasil que retome a geração de emprego e geração e distribuição de renda: "juntos somos mais fortes", afirmaram”.