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Para Queiroz, Adélio está "hiperprotegido"; o que isso quer dizer ?

Out 29, 2019

Por Plínio Teodoro - Revista Fórum                                                                       

 

Nos áudios de Fabrício Queiroz divulgados nos últimos dias, o que parece ser um mero detalhe, que tem sido pouco abordado, pode revelar muito sobre os motivos da divulgação das gravações, quem divulgou e, principalmente, a reação de Jair Bolsonaro, que tratou o ex-assessor do filho como “soldado”, um amigo com quem mantém relações desde 1985.

“O cara lá (Adélio) tá hiper protegido. Eu não vejo ninguém mover nada para tentar me ajudar aí. Vê, tal. É só porrada cara, o MP está com uma pica do tamanho de um cometa para enterrar na gente e não vem ninguém agindo”, disse Queiroz no último áudio, divulgado domingo (27), se referindo à Adélio Bispo dos Santos, autor da facada em Bolsonaro durante a campanha, segundo o jornal O Globo, que diz ter a gravação completa do material.

 Ao se queixar da “hiperproteção” dada a Adélio, Queiroz omite quem estaria oferecendo essa segurança ao autor da facada e manda um recado de que a própria segurança estaria sendo negligenciado por quem deveria protegê-lo.

Os áudios revelam que bem mais que um ex-assessor de Flávio Bolsonaro responsável pela prática de “rachadinha”, Queiroz atuava – e parece ainda atuar – junto ao amigo Bolsonaro nas nomeações e exonerações dos gabinetes de todo o clã, como sinaliza em uma gravação que seria de março deste ano.

“Na época, o Jair falou para mim que ele ia exonerar a Cileide porque a reportagem estava indo direto lá na rua e para não vincular ela ao gabinete. Aí ele falou: ‘Vou ter que exonerar ela assim mesmo’. Ele exonerou e depois não arrumou nada para ela não? Ela continua na casa em Bento Ribeiro?”, diz o ex-assessor no áudio, gravado em março deste ano.

Avesso à política, como disse em entrevista recente, Bolsonaro ocupou o Congresso por 27 anos fazendo politicagem, atuando como lobista para grupos e movimentos de ódio, além de homenagear e empregar, via indicações de Queiroz, membros das milícias no Rio de Janeiro.

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