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Quem são os brasileiros que não valem o que o gato enterra

Abr 05, 2020

Por Bepe Damasco                                                                                                                      

 

Segundo semestre de 2018. Durante a disputa eleitoral, as campanhas dos adversários de Bolsonaro, especialmente a de Fernando Haddad, do PT, divulgam amplamente nas redes sociais e na propaganda gratuita de rádio e TV vídeos estarrecedores do capitão nazista.

Não se tratavam de acusações comuns às refregas eleitorais relacionadas a deslizes ou até mesmo faltas graves na vida pregressa dos postulantes, sempre sujeitas ao contraditório. Nada disso.

Eram vídeos atuais ou gravados em passado recente, nos quais Bolsonaro, ele mesmo em carne e osso, defendia abertamente posições racistas, fazia apologia do estupro, menosprezava e desrespeitava as mulheres, atacava os homossexuais, pregava o assassinato de adversários políticos e destilava todo tipo de preconceito e baixezas morais.

Em muitos países do mundo, imagens como essas bastariam para não só levar o candidato à derrota, como para levá-lo ao banco dos réus. Por aqui, a naturalização desses flagrantes delitos por parte da mídia mafiosa e dos tribunais corrompidos politicamente pavimentou o caminho para a vitória do meliante.

Dito isto, vou direto a uma afirmação dura, sujeita a reações iradas: o fenômeno do bolsonarismo só viceja no Brasil porque uma parcela minoritária, mas expressiva, da população tem graves e insanáveis falhas de caráter.

A constatação horrenda, porém inescapável, é que esse estrato dos habitantes nativos comunga justamente das posições bolsonaristas refratárias aos direitos humanos mais comezinhos e à democracia. Eles não têm empatia, são incapazes de gestos de compaixão e desconhecem em suas vidas virtudes humanas apreciáveis como a generosidade e a solidariedade.

Por isso, os vídeos exibidos na campanha, e que ainda circulam nas redes, não sensibilizam essas pessoas. Pelo contrário, as aproximam ainda mais de Bolsonaro.

Complexados devido à sua profunda ignorância, fazem coro com seu líder na rejeição à ciência, à cultura, às artes, ao conhecimento. Aplaudem até mesmo as incitações desumanas e genocidas de Bolsonaro durante a crise da pandemia assassina. Qualquer projeto de nação livre, justa e soberana terá que ser erigido, portanto, sem contar jamais com o apoio dessa malta obscurantista.

Sei que é um clichê barato, mas não resisto em recorrer a ele: o Brasil decididamente não é para amadores. A teia intrincada das relações políticas, sociais, econômicas e culturais desafia cada vez mais os que se aventuram em tentar entender o jogo do poder.

Terminaria com um mais um pitaco: as complexas análises sobre conjuntura política, com seus elementos táticos e estratégicos, bem como uma certa visão simplista e injusta que credita todo o nosso infortúnio aos erros da esquerda, não são suficientes para um entendimento mais claro sobre a tragédia atual. O etos fascista de parte da nossa gente é um fator importante a ser considerado.

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