Nunca, jamais, em tempo algum a política nacional produziu uma trinca de presidentes de poderes da República tão acovardada quanto Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e Dias Toffoli.
O caso de Toffoli, o invertebrado, merece uma análise em separado, pois vai além da falta de coragem e têmpera republicana. O presidente do Supremo emite sinais cada vez mais evidentes de que nutre simpatia pelo governo Bolsonaro.
Quando não opta pelo silêncio cúmplice, Toffoli, sempre que pode, dá uma mãozinha para o psicopata que ocupa a cadeira presidencial. A última é tachar de “ativismo judicial” a ação de seus pares na corte que tentam frear as investidas de Bolsonaro contra a Constituição.
No sistema brasileiro não é pouca coisa estar à frente da Câmara e do Senado. Os líderes dessas instituições perenes do regime democrático influenciam fortemente na agenda política do país, definem a pauta de votações do parlamento e desfrutam de forte exposição midiática.
A par dessas vantagens e prerrogativas, têm a obrigação de zelar pela democracia, colocando o peso de seus cargos a serviço da normalidade institucional. Para isso, é preciso reagir à altura a toda e qualquer ação que vise sabotar o estado de direito.
Nesse quesito, tanto Maia quanto Alcolumbre vêm exibindo um comportamento leniente e permissivo em relação aos ataques antidemocráticos de Bolsonaro e sua matilha de cães hidrófobos, se limitando a reagir, quando isso ocorre, de forma tímida e protocolar, em absoluto descompasso coma gravidade da situação.
Nem mesmo o fato de serem citados nominalmente pela turba que baba de ódio nas ruas os desperta para a luta. Nem mesmo o pedido reiterado de fechamento das instituições que presidem é capaz de tomá-los de indignação cívica - a tal “ira santa e a saúde civil” da canção de Milton Nascimento em homenagem a Teotônio Vilela. Nem mesmo os seguidos crimes de responsabilidade e contra a saúde pública cometidos por Bolsonaro são capazes de convencer Maia de que já passou da hora de desengavetar um dos muitos pedidos de impeachment já protocolados na Câmara.
Está, evidentemente, fora de questão cobrar das lideranças atuais do Legislativo que se orientem pela fibra democrática e pelo compromisso republicano de um Ulisses Guimarães. Isso está definitivamente fora do alcance de ambos.
Mas que frouxidão tem limite, ah, isso tem.