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Aldir se confunde com a minha própria vida, diz João Bosco

Mai 04, 2020

Por Luiza Fragão, na Revista Fórum                                                                                                                   

 

A esposa do cantor João Bosco, Angela Mucci Bosco, compartilhou em suas redes sociais nesta segunda-feira (4) uma nota do marido sobre a morte do compositor Aldir Blanc, vítima de coronavírus. Bosco lembrou da trajetória de ambos como artistas e enfatizou que a memória do amigo continuará viva.

“Peço desculpas aos que têm me procurado hoje. Não tenho condições de falar. Aldir foi mais do que um amigo pra mim. Ele se confunde com a minha própria vida”, começa a nota do cantor.

Em outro trecho, ele diz que este é um dos dias mais difíceis de sua vida, mas que ganhou um motivo a mais para viver.

“Perco o maior amigo, mas ganho, nesse mar de tristeza, uma razão pra viver: quero cantar nossas canções até onde eu tiver forças. Uma pessoa só morre quando morre a testemunha. E eu estou aqui pra fazer o espírito do Aldir viver. Eu e todos os brasileiros e brasileiras tocados por seu gênio”, escreve.

Dentre as músicas compostas por Bosco em parceria com Blanc, destaca-se “O Bêbado e a Equilibrista”, de 1979, considerada o hino da anistia durante a ditadura militar.

“Peço desculpas aos que têm me procurado hoje. Não tenho condições de falar. Aldir foi mais do que um amigo pra mim. Ele se confunde com a minha própria vida. A cada show, cada canção, em cada cidade, era ele que falava em mim. Mesmo quando estivemos afastados, ele esteve comigo. E quando nos reaproximamos foi como se tivéssemos apenas nos despedido na madrugada anterior. Desde então, voltamos a nos falar ininterruptamente. Ele com aquele humor divino. Sempre apaixonado pelos netos. Ele médico, eu hipocondríaco. Fomos amigos novos e antigos. Mas sobretudo eternos. Não existe João sem Aldir. Felizmente nossas canções estão aí para nos sobreviver. E como sempre ele falará em mim, estará vivo em mim, a cada vez que eu cantá-las. Hoje é um dos dias mais difíceis da minha vida. Meu coração está com Mari, companheira de Aldir, com seus filhos e netos. Perco o maior amigo, mas ganho, nesse mar de tristeza, uma razão pra viver: quero cantar nossas canções até onde eu tiver forças. Uma pessoa só morre quando morre a testemunha. E eu estou aqui pra fazer o espírito do Aldir viver. Eu e todos os brasileiros e brasileiras tocados por seu gênio.”

 

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