É comum casos de criminosos de alta periculosidade, pessoas que matam como quem troca de camisa, que adotam alguns códigos de honra, como o respeito às mães e irmãs de seus inimigos. Não é à toa que os estupradores são odiados pela bandidagem.
Não é raro mesmo entre meliantes barra pesada o respeito pelo luto alheio, além de rasgos de solidariedade diante da doença e do sofrimento humanos.
Todos já ouviram falar de ladrões e traficantes arrependidos, que tentam se reinserir na sociedade depois do cumprimento de penas nas sucursais do inferno que são os nossos presídios.
Mas na desgraça que se abate sobre o Brasil atualmente, onde 10 mil brasileiros perderam mães, pais, filhos, irmãos, tios, primos, cunhados e amigos, o presidente da República, agindo como autêntico profeta da morte e do genocídio de seu povo, é incapaz de uma miserável palavra de condolência a tantas famílias enlutadas.
O Brasil hoje deve ser o único país a padecer de males impostos por um necrogoverno, chefiado por um psicopata, que empurra seus compatriotas para a morte ao combater o isolamento, estimulando as aglomerações e o contato entre as pessoas.
Sua falta de compaixão, empatia e apego aos valores humanos chegam ao ápice quando ele debocha dos mortos e da dor alheia, convocando um churrasco para “comemorar” o extermínio do povo brasileiro. E só desistiu da efeméride macabra diante das péssima repercussão.
Ao redor do planeta, chefes de estado e de governo convocam cadeias de rádio e televisão para expressar pesar pelos falecimentos e usam suas lives e coletivas de imprensa para anunciar medidas de governo na guerra contra a pandemia.
Aqui, em suas patéticas aparições públicas, o presidente estimula golpes de estado, protagoniza palhaçadas diárias em frente ao palácio, ofende jornalistas e proporciona espetáculos antidemocráticos constrangedores de ódio, intolerância e burrice.
Para além do Fora Bolsonaro, penso que deve ser compromisso dos democratas e humanistas lutar para levar Bolsonaro, mais cedo ou mais tarde, ao banco dos réus do Tribunal Penal Internacional, de Haia, para que pague por seus crimes contra a humanidade.