São Paulo – O descaso do governo Jair Bolsonaro com o meio ambiente está custando caro à imagem do Brasil no mundo. Na ONU, uma proposta de pedido de investigação internacional elenca os absurdos cometidos. Do aumento do desmatamento e das queimadas que estão destruindo a Amazônia e o Pantanal à perseguição aos defensores de defesa da natureza e dos direitos humanos. Da liberação de agrotóxicos ao óleo que tomou conta das praias brasileiras. As obras de destruição do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles – que “aproveitar” a pandemia para fazer passar a boiada do desmonte do Estado – , são reconhecidas globalmente.
Hoje (18), foi a vez de o governo da França se pronunciar, de maneira categórica, contra o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, ainda pendente de ratificação. O anúncio veio a público após divulgação dos resultados de relatório encomendado a uma comissão independente, incumbida de analisar os riscos ambientais do acordo, assinado em 28 de junho de 2019. Em toda a Europa, cresce o repúdio à ratificação do tratado.
Para o especialista em Direito Ambiental Internacional, professor Fernando Cardozo Fernandes Rei, o descaso do governo Jair Bolsonaro com a política ambiental e seus reflexos na imagem do país não têm precedentes. Fernandes Rei é doutor em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo e doutor em Direito do Estado/Direito Ambiental pela Universidad de Alicante (Espanha). É professor Titular de Direito Ambiental da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e professor assistente no programa de Doutorado em Direito Ambiental Internacional da Universidade Católica de Santos. É também diretor-científico da Sociedade Brasileira de Direito Internacional do Meio Ambiente-(SBDIMA).