A defesa de Flávio Bolsonaro solicitou ajuda de Alexandre Ramagem, cotado para assumir a Polícia Federal, para obter junto à Abin, a agência de inteligência do governo, informações e estratégias para a defesa do filho do presidente da República, que é processado no Rio de Janeiro por corrupção, no chamado caso Queiroz. A informação foi divulgada na revista Época nesta sexta (11).
Segundo o site da revista, Flávio conseguiu que a Abin elaborasse dois documentos que detalham o que chamam de “funcionamento da suposta organização criminosa em atuação na Receita Federal”.
O hoje senador alega que foi alvo de investigação indevida na Receita. Ele contesta o relatório do Coaf que deu origem às suspeitas em torno de movimentações financeiras de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz.
De acordo com o Ministério Público, Queiroz coordenava o esquema no gabinete do ex-deputado, que consistia em recolher parte do salário dos funcionários. Queiroz pagou contas pessoais de Flávio Bolsonaro com recursos que entraram em sua conta bancária. Ele também depositou cheques para a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Segundo época, o relatório da Abin tinha finalidade declarada: “Defender FB [Flávio Bolsonaro] no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”.
Flávio recebeu os documentos da Abin por WhatsApp e depois repassou para sua advogada Luciana Pires.
Ramagem teve contato com a defesa de Flávio em 25 de agosto, “quando recebeu das mãos das advogadas de Flávio uma petição, solicitando uma apuração especial para obter os documentos que embasassem a suspeita de que ele havia sido alvo da Receita.”
“A participação da Abin, a partir daí, seguiria por meio desses relatórios, enviados a Flávio Bolsonaro, com orientações sobre o que a defesa deveria fazer”, narrou Época.
Alexandre Ramagem foi cotado para assumir o lugar de Marcelo Valeixo no comando da Polícia Federal.