Um dos supostos responsáveis pela empresa do ramo alimentício “Saúde & Vida Comercial de Alimentos Eireli”, que tem contratos somados em R$ 37 milhões com o governo de Jair Bolsonaro, negou que tenha vendido R$ 15 milhões somente em leite condensado ao Palácio do Planalto. Os dados da venda, no entanto, constam no Portal da Transparência.
A informação foi desmentida em nome da dona da empresa, Azenate Barreto Abreu, por um homem que ainda não foi identificado. A conversa com ele foi compartilhada nas redes sociais pela escritora Daniela Abade, que teve acesso ao número de celular da empresária.
“Venho por aqui explicar que a notícia de que a empresa saúde e vida alimentos vendeu 15 milhões em leite condensado não procede”, diz a mensagem do homem. “A empresa vendeu 2 caixa com 27 unidade”, completa.
Em seguida, a pessoa por trás da mensagem diz que novas explicações serão repassadas ao longo do dia. Em áudio, o homem diz ainda que nenhum responsável pela empresa “está sendo usado” pelo governo federal.
Segundo ele, o contrato milionário que consta no Portal da Transferência se refere a um acúmulo de valores repassados ao longo dos anos. “As empresas tem mais de 10, 12, 15 anos […] São fatos antigos que não tem nenhum histórico de irregularidade”, afirma.
Conforme apontou Daniela Abade, a empresa da Azenate, no entanto, foi aberta em 2012. Com isso, não é possível uma somatória de 15 anos de contratos com o governo federal.
Azenate Barreto Abreu é casada com o pastor Elvio Rosemberg da Silva Abreu e mãe de Elvio Rosemberg da Silva Abreu Júnior, que também fechou contrato no valor de R$ 25 milhões com o governo. Eles seriam de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, mas a sede da empresa seria em Brasília.